Revista Diário - 10ª Edição - Setembro 2015
EGdeintoteria Texto: Wellington Silva Raimundo Braga de Almeida/R.Peixe. Mestre imortal das formas e cores, dos enigmas, das dimensões do real e irreal, do imaginário popular e do cotidiano amazônico. Sua exposição intitulada Expressões de Tons, organizada pela família, noMonumentoMarco Zero do Equador, foi show, neste ano. Umexcelente convite aos amantes da boa pintura. Pintura Impressionista e Expressionista, Cubista, Fantástica e Abstrata, por exemplo, forama diversidade damostra plástica. Na abertura da exposição lá estavam familiares e velhos amigos de arte, desde a criação do Movimento Artístico Popular, oMoap (1983): Siqueira, Ivan Amanajás, Wagner, Deko, Ronaldo Picanço, Irê Peixe, Beto Peixe, Reginaldo Almeida, Cinthia Peixe, Nilda Peixe e donaMaria de Nazaré, amatriarca da família Peixe. Aarte imortal de R. Peixe M entor da chamada Pintura Fantástica emóleo sobre tela, que só admite linhas curvas e cores fortes, as‐ sim como da Nova Figuração, concebida através do emprego de espátulas, imprimem o inesperado a nós mor‐ tais, admiradores da arte de R. Peixe. Temáticas fortes e show de formas e tons, eis o que se pode dizer da Pintura Fantástica e da Nova Figuração. Mas, o que mais me chamou a atenção na exposição foramos painéis em óleo sobre tela intitula‐ dos Inédito 2, 3 e 4. Antes de falecer, o ar‐ tista plástico declarou que “os quadros moder‐ nos refletem minha revol‐ ta”. Pânico, fuga, horror, me‐ do e morte retratados com rara mestria. A temática e a técnica emprega‐ das impressionam qualquer um. Fo‐ ram as últimas obras criadas pelo mestre. Diabólico, mur‐ muraria baixinho um leigo. Não, diria Freud, “somos feitos de carne; se quiseres poder suportar a vida, fica pronto para aceitar a morte. A nossa civilização é em grande parte res‐ ponsável pelas nossas desgraças”. Sobre a pintura de R. Peixe, o artista plástico Iaperi Araújo, membro da Associação Brasileira de Críticos de Ar‐ te, escreveu: "Gratifica‐nos aos olhos a extrema concisão e equilíbrio de formas e cores de umartista comoR.Peixe. Sua temática regional obedece a um esquema nitidamente de alegoria festiva. O artista se sabe criador e por mais estilos que exercite, deixa demonstrar essa inquietude de fazer nascer sempre o belo". O sociólogo, poeta, músico e escritor Fernando Canto as‐ sim se referiu ao artista: “Foi o mais popular e eclético ar‐ tista plástico do Amapá, que se temnotícia. Valorizavamui‐ to as paisagens amazônicas, uma temática comumutilizada por ele. Também produziu centenas de paisagens urbanas, nas quais os aspectos da Fortaleza de São José erameviden‐ ciados, bem como a velha igreja, a doca, a dança do mara‐ baixo e retratos de personalidades locais. ● Revista DIÁRIO - Setembro 2015 - 10
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