Revista Diário - 10ª Edição - Setembro 2015
O s negros curiauenses formam 180 famílias, aproxi‐ madamente, distribuídas por seis comunidades – Curiaú de Fora, Curiaú de Dentro, Casa Grande, Cur‐ ralinho, Extrema eMocambo. Há, ainda, duas comunidades ao norte da APA, chamadas Pescada e Pirativa, que formam um apêndice, sem características eminentemente quilom‐ bolas, porém ribeirinhas. Na comunidade há inconformismo dos moradores em relação à gestão da APA pelo Poder Público. Lideranças afirmamque a forma de administração e manejo da área é deficiente, considerando a não participação efetiva dosmo‐ radores no processo de fiscalização e tomadas de decisão, a favor de conchavos políticos. Curiaú, cantado em verso e prosa, é também um dos berços do Marabaixo e do Batuque, inspira poetas e se‐ duz com o fetiche do amor, um amor sofrido, vindo de fugas pelo mato, rios e mar, da faina escrava, mas que encontra abrigo na beleza imensurável de seus campos, igarapés, fauna e flora, além dos cerrados mais bem pre‐ servados do estado do Amapá. O paradisíaco lugar também pertence ao “seu” Sebá, negro de 56 anos de conhecimento escolar até a 5ª série do Ensino Fundamental, mas que mesmo assim, de tanto amar o Curiaú, já trouxe a lume duas obras literárias, e uma terceira ainda no prelo. As obras tratam da história curiauense, mas principalmente da íntima ligação dos moradores com a mãe‐irmã natureza que, além de linda, é pródiga em recursos. ● MeioAmbiente Revista DIÁRIO - Setembro 2015 - 40
RkJQdWJsaXNoZXIy NDAzNzc=