Revista Diário - 10ª Edição - Setembro 2015

políticas públicas. Defendo ummodelo quase empresarial em tudo que faço, a chamada política de resultado. Eu também presido o PMDB Mulher no país, temos percorrido vários estados falando da importância da participação das mulheres na política. Diário - Pois é, dizem que como as mulheres são a maioria do eleitorado, se tomassem consciência disso, jamais perderiam uma eleição para os homens... Fátima - E não é? [mais risos] Só que não funciona assim. Não é uma guerra dos sexos. O que esse movimento busca é que possamos viver em harmonia, homens e mulheres, com igualdade de oportunidades. Acho que existem coisas que as mulheres fazemmelhor, por sua sensibilidade e senso de organização, assim como tem coisas em que os homens são melhores, pelo pragmatismo, talvez, mas acho que essa integração pode levar um a melhorar o outro, entende? O fato é que já não existem profissões tabus. As últimas barreiras foram quebradas com conquistas de postos de trabalho tidos até então como exclusivo deles. Agora mesmo na Sudam existe o “Programa Mulheres na Construção Civil”, que planejo incentivar também. Mas ainda precisamos demover muitos preconceitos, equiparar salários e diminuir a desigualdade que existe, por exemplo, na política, onde os homens são a esmagadora maioria. Diário - Já temos uma mulher na Presidência da República... Fátima - Sim, claro, um avanço histórico para essa luta. Mas no Congresso Nacional não somos nem 10% das parlamentares, assim como nas assembleias legislativas, nas câmaras municipais, enfim, nas prefeituras e nos governos estaduais. Até já temos uma legislação que prevê um percentual de 30% das vagas dos partidos políticos para as mulheres, mas a gente não consegue preencher esse total, daí nossa luta no PMDB Mulher para que elas tomem coragem e entrem também na política. Diário - A senhora já tem uma história no PMDB, o que dizer das críticas que sempre fazem ao partido por estar sempre ao lado do poder? Fátima - É o jogo da política. Se um lado chega ao poder e nos chama para participar do governo, o outro lado reclama. E vice versa. Na verdade, somos o maior partido do país e pelos quadros que temos estamos sempre participando, apoiando, dando governabilidade ao país. Não acho que seja fisiologismo, apenas é da democracia esse equilíbrio e as composições em torno de uma proposta de estado. Diário - E como a senhora está vendo essa crise em torno do governo do PT? Fátima - Acho que a crise na economia também aumenta a pressão sobre a política, daí se falar em crise. Mas são denúncias que merecem ser apuradas, sim, certamente. Também tem outro fato importante que é ver nossas instituições funcionando plenamente, pois estão mais transparentes; a população está acompanhando tudo e como tantos outros brasileiros também espero que tudo possa ser devidamente esclarecido e os responsáveis punidos. O legado que está ficando é a adoção de medidas que protejam o estado e aumentem o rigor do controle, da fiscalização, garantam mais austeridade. Diário - E sobre seu futuro político, quais são os planos? Fátima - Como disse, estamos firmes na política, mesmo semmandato, que aliás considero que perdi para uma regra anacrônica que já devia ter sido reformada, e não por falta de apoio popular. São coisas que passam. Sofremos um revés, é verdade, mas já perdi outras vezes, seja para prefeita, para governadora, mas soubemos dar a volta por cima, com a ajuda de Deus, da família e dos amigos, assim como dos simpatizantes que sempre nos apoiaram. Haveremos de galgar novas vitórias. ● Revista DIÁRIO - Setembro 2015 - 47

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