Revista Diário - 10ª Edição - Setembro 2015

Riqueza CláudiaOliveira Psicóloga clínica Suicídio Consultório Psiqué Avenida FAB, 1070 - Sala 306 - Edifício Macapá Office - 98127-0195 Revista DIÁRIO - Setembro 2015 - 5 Comportamento "Toda pedra do caminho Você pode retirar Numaflor que temespinhos Você pode se arranhar Se o beme omal existem Você pode escolher Épreciso saber viver". (Roberto Carlos) CláudiaOliveira A palavra suicídio vem do latim sui, ou do grego autos, que significa próprio; e do la‐ timcaedere ou cidium, que quer dizerma‐ tar a si mesmo. O sociológo Emille Durkheim, um estudioso do tema, diz que o suicídio é uma forma de co‐ municação. Ele classifica três tipos de suicídio: O suicídio egoísta (que é aquele que a pessoa não vê mais sentido na vida); o suicídio altruísta (aquele que o indivíduo sente o dever de come‐ ter, como no caso dos kamikases); e o suicídio anômico (é aquele em que o indivíduo não con‐ segue lidar comuma crise na sociedade). Ou seja, para Durkheim sempre temuma causa social. Falar do tema é particularmente desafiador e necessário, já que, especialmente emnosso esta‐ do, o índice vem crescendo cada vez mais. Cada pessoa temos seus própriosmotivos, muito par‐ ticulares, profundos e extremamente dolorosos que os levam a ponderar desistir de viver. O sui‐ cídio é a consequência de uma perturbação psí‐ quica oriunda de diversas motivações como cri‐ ses financeiras, perda de uma pessoa, vergonha, desespero, doenças de toda ordem. É umato de‐ sesperador, onde o indivíduo intenciona acabar como sofrimento, como problema que o assola, e que parece não ter solução. Se sente no limite, angustiado, desesperado e semesperança. Inten‐ ciona parar a sua imensurável dor psicológica. Logo, a única saída seria a morte. O importante é ficar atento para as ideações suicidas, e quando essa ideia for recorrente, pre‐ cisa‐se buscar ajuda especializada, umpsicólogo, e emmuitos casos, a necessidade de umpsiquia‐ tra, para que o tratamento medicamentoso seja concomitante com o psicoterapêutico. A ajuda é essencial, primeiro da família e amigos, conse‐ quentemente dos profissionais competentes. Vale lembrar que muitos se isolam. Por isso, precisamos estar alertas, como forma de preve‐ nir. Odesabafo é fundamental, por issonão sepo‐ de desmerecer a fala das pessoas, e escutar sem julgamentos, condenações ou receitas prontas para resolver os problemas. Por isso, a ajuda téc‐ nica é muito importante. Existe um trabalho vo‐ luntário disponível, que favorece a escuta, e é acessível amuita gente, CVV (CentrodeValoriza‐ ção da Vida), que oferece a escuta através do te‐ lefone 141. Seja com o amparo da ciência, da religião, da família ou dos amigos, definitivamente viver é a melhor opção. ●

RkJQdWJsaXNoZXIy NDAzNzc=