Revista Diário - 10ª Edição - Setembro 2015

Revista DIÁRIO - Setembro 2015 - 59 A ntônio Feijão afirma que o projeto de construção da nova orla é equivocado, porque to‐ da a área que abrange o Igarapé da Fortaleza até a APA (Área de Prote‐ ção Ambiental) do Rio Curiaú exige um estudo criterioso de erosão, que subsidiará a elaboração de um plano de proteção da orla, com ênfase na relação entre o rio e a parte continental, representa‐ da pela área urbana. “A obra não segue uma linha de prote‐ ção porque ela es‐ tá sendo executa‐ da na direção à parte ainda resis‐ tente, quando ela deveria ser proje‐ tada pra recompor a área erodida, e a partir daí se ganhar espaço para in‐ cluir uma urbanização, um agrega‐ mento de espaço usando o valor que uma obra dessa demanda. Portanto, a obra é estruturalmente inadequa‐ da, ecologicamente falha, porque é uma obra que está entrando na parte continental, quando deveria vir para a parte fluvial antiga, com a recom‐ posição da antiga linha de continen‐ te. E com uma agravante: ela está abandonada”, lamenta. Para o especialista, a estrutura de sustentação da obra não tem dique de proteção e/ou nenhuma linha de encravamento de estacas profundas, fadando‐a ao fracasso: “Construída da forma que foi projetada, a orla po‐ derá ser destruída pelas águas de março, abril e maio, como aconteceu em Santana e na orla do Santa Inês”. “Essa área compreende três uni‐ dades de conservação. Analisando a relação natural da APA da Fazendi‐ nha, que já foi uma Rebio (Reserva Biológica) e recuou à condição de APA, essa área detém uma das pou‐ cas manchas de areia cristalina, ten‐ do grande parte de sua vegetação, até ao Ceta Ecotel, ainda preservada. A segunda unidade de conservação é a RPPN (Reserva Particular do Patri‐ mônio Natural) Aldeia Ekinox, do Ibama, próximo ao Monumento Mar‐ co Zero e a APA do Rio Curiaú. Todas foram enquadradas, através da lei do Snuc (Sistema Nacional de Unidades de Conservação), na classificação de unidades de uso sustentável, permi‐ tindo o uso ordenado dos seus re‐ cursos, diferentemente das unidades de proteção integral, cuja exploração obedece a critérios mais rígidos”, en‐ sina Feijão. ● Geólogodiz que projetoda novaorlaéequivocado

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