Revista Diário - 10ª Edição - Setembro 2015
Atualidade A mbientalista com perfil de‐ senvolvimentista, Feijão diz que tem que haver uma sin‐ tonia entre a urbanização e o rio Amazonas: “Na minha opinião, quando o rio ocupa parte do conti‐ nente, ele se apropria da cidade. Quando você faz um muro de arri‐ mo, na realidade você está criando uma relação mais estável. Macapá não pode se voltar contra o rio Amazonas; Macapá tem que criar uma urbanização que dê um abra‐ ço cultural, cênico, ambiental com o rio, porque o Amazonas é o na‐ morado eterno da cidade e, por is‐ so, o casal tem que ter uma relação estável, harmônica e de paz”. Para ele, processos de interven‐ ção do rio, como a construção do trapiche Eliezer Levy, geraram consequências positivas e negati‐ vas: “Se tivesse sido realizado um projeto ou vários projetos agrega‐ dos, observando‐se todos os as‐ pectos urbanos e naturais, Macapá seria, hoje, uma megacapital turís‐ tica, principalmente por sua posi‐ ção geográfica como portal de en‐ trada da Amazônia. Exemplo disso é o trapiche, porque se ele tivesse sido projetado de forma tecnica‐ mente correta, com visão futurista, e ele tivesse sido construído com mais um quilômetro de extensão e largura de cem metros, ele serviria de ancoradouro para grandes na‐ vios e cruzeiros, o que incre‐ mentaria o tu‐ rismo local”. “São três os tipos de obras de infra‐estrutura em Macapá e as de intervenção no Amazonas: as obras que os políticos entendem que são necessárias e nunca execu‐ tam, as obras que são executadas e não terminadas, e as obras feitas pra colocar dinheiro no bolso de empreiteiro. Enquanto não for fei‐ to uma obra para harmonizar e po‐ tencializar as relações do rio com a cidade, nós não vamos ter um grande abraço entre o rio e a cida‐ de”, critica. FALTA DE CONHECIMENTO O pesquisador sugere a criação do Plano Diretor da Orla de Maca‐ pá: “Para resolver a questão am‐ biental é preciso conhecê‐la. O es‐ tado do Amapá tem o Iepa, Sema, Imap e o Curso de Arquitetura da Unifap (Universidade Federal do Amapá) que deveriam fazer um trabalho integrado para levantar e conhecer toda a problemática do setor e desenvolver suas respecti‐ vas soluções, levantando historica‐ mente as áreas de intervenção que progrediram e regrediram e, final‐ mente, traçar um plano único es‐ pecífico, estabelecendo o Plano Di‐ retor da Orla de Macapá”. ● Feijãodefende urbanização emharmonia como rioAmazonas Revista DIÁRIO - Setembro 2015 - 60
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