Revista Diário - 10ª Edição - Setembro 2015
Já imaginou uma discoteca com 5 006 discos vinis, entre compacto simples, compacto duplo e long play em plena era digital, paraíso dos CDs e DVDs e de outros artefatos musicais? Mais: Você acredita que todo esse acervo ainda é utilizado ou rodado diariamente num troglodita toca disco ou vitrola? A preciosidade é real. Existe na avenida Coaracy Nunes, 691, entre as ruas Odilar‐ do Silva e Eliezer Levy, no centro de Macapá, mais precisamente no La Boheme, bar propriedade de Raimundo Barreto Coimbra, um macapaense moreno de 67 anos que poucos o conhecem com esse nome. Pois bem, o Raimundo Barreto Coimbra é o mesmo conhecidíssi‐ mo Nena Leão, figura legendária da noite da capital amapaense, um dos reis das antigas adolescentes, jovens e inocentes tertúlias hoje transformadas em homéricas far‐ ras que varam as madrugadas, che‐ gando ao raiar do Sol. O apelido Nena Leão, conta Rai‐ mundo Coimbra, surgiu de forma espontânea. O Nena, ele não sabe de onde e como; o Leão, pelo fato de ser um apaixonado torcedor do Clube do Remo, o Leão Azul pa‐ raense. E o surgimento como notí‐ vago também diz que foi de forma espontânea, nada pensado. Nena Leão começou a ganhar a vida como dono de banca de revis‐ tas. Aliás que foi ele quem montou o primeiro negócio do gênero em Macapá, na praça Veiga Cabral, em frente de onde hoje é o Teatro das Bacabeiras. Da banca de revistas pulou para a feirinha que ainda existe perto do Mercado Central, onde fez funcionar um bar. Poste‐ riormente, mudou‐se, com o bar, para a Feira de Peixes do bairro Buritizal. Depois da experiência com bar, onde já tocava alguma coisa de música para alegrar o ambiente, Raimundo Barreto Coimbra se em‐ brenhou na noite, fazendo funcio‐ nar o Corujão, dançará que se tor‐ nou famoso em Macapá durante longos 22 anos. Foi nesse estabele‐ cimento, na rua Professor Tostes, bairro do Muca, que Nena Leão surgiu para o público. ● NenaLeão, o homemque acreditana forçado passado Texto: Douglas Lima - Fotos: Alexandre Alves Gente Revista DIÁRIO - Setembro 2015 - 64
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