Revista Diário - 10ª Edição - Setembro 2015
Esportes A s águas impuras da Baía de Guanabara tomaram conta do noticiário sobre os Jogos Olímpicos de 2016, em agosto, no Rio de Janeiro, com farta co‐ notação negativa divulgada no mundo inteiro. As análi‐ ses sobre as atividades esportivas no Brasil ocorrem sempre associadas ao título de pentacampeão mundial de futebol, vitrine que serve como modelo, o que, entre‐ tanto, não ocorre no campo olímpico, embora seja o país pleno de bons talentos apagados em razão do menos‐ prezo a que são relegados. A distância do que seria o papel ideal surge com o pro‐ blema das águas da Baía de Guanabara, poluídas, para la‐ mento do olimpismo. Para as provas de vela, de 8 a 18 de agosto do ano que vem, a solu‐ ção encontra‐ da é limpar a super‐ fície através de mutirão, retirando parte do lixo flutuan‐ te, sem nenhuma ação no fundo . Para a limpeza serão utilizados dois barcos. Um de‐ les, o ecobarreiras, será instalado na boca dos rios que desembocam na baía, com previsão de recolhimento de 15 toneladas de lixo por dia. O outro, ecobarcos, reco‐ lherá em média 150 toneladas/dia. Quando, em 2009, o país se lançou candidato aos Jo‐ gos Olímpicos de 2016, não mediu a distância entre o desejo de promover o evento e as reais condições para ser olhado pelo mundo, no aspecto cultura esportiva, ir‐ mã siamesa das atividades olímpicas. Os autores da façanha esqueceram de tentar mudar, embora em pouco tempo, a dinâmica do esporte no país, primeiro conscientizando a população quanto à impor‐ tância da promoção. Múltiplos problemas vêm à tona, faltando menos de um ano para o início, em 5 de agosto, e o meio é atentar para soluções paliativas como, erroneamente, tentar en‐ ganar o mundo que tanto conhece do assunto. Há mais de 30 anos o Rio de Janeiro busca solucionar a poluição, perdendo sempre a batalha. No mundo olímpico tal modelo é visto como procedi‐ mento irracional. Só se projeta sediar evento desse porte quem tem emmente oferecer o melhor, sem o uso de me‐ canismo de pura aventura. Espera‐se que o problema dos Jogos esteja apenas no tocante às águas, porque o esporte é paixão mundial. A torcida geral é que o Brasil faça a ale‐ gria do esporte, grande prioridade da vida. ● UlissesLaurindo Revista DIÁRIO - Setembro 2015 - 67 UlissesLaurindo, comentarista esportivo As impuras águasdaBaía de Guanabara
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