Revista Diário - 10ª Edição - Setembro 2015

Revista DIÁRIO - Setembro 2015 - 70 Gente Raimundo Cordeiro Espíndola é uma pessoa simples, como comprova a trajetória de sua vida. natural de Macapá, do Trem, nunca saiu da cidade nem do bairro em que nasceu, a não ser para estudar e se formar engenheiro eletricista em Belém. Foi um craque de futebol, lateral direito, sempre atuando no Ypiranga Clube. Aliás, formou em outro time, mas só na Seleção do Amapá. M inha infância foi igual à de quase to‐ das as crianças de famílias humildes deMacapá, nos anos 1960. Muita bo‐ la e muitas brincadeiras. Pena que a grande maioria dosmeus amigos daquele tempo não deu prioridade aos estudos; eu felizmente dei”, descreve o hoje engenheiro, professor e instrutor de formação profissional. Raimundo Cordeiro Espíndola, mais co‐ nhecido por Espíndola, por causa do seu tempo de futebol, estudou durante sete anos na escola Alexandre Vaz Tavares, sempre se destacando comnotas boas e muitas traves‐ suras. Quando cursava a quinta série primá‐ ria, o ensino fundamental de hoje, ele tirou a maior nota entre todos os estudantes da rede territorial de ensino, 91, e foi contem‐ plado com um prêmio oferecido pela então Divisão de Educação, atualmente Secretaria Estadual de Educação. Foi uma alegria na família do menino. Os pais, Leonardo e Alvina, compraram roupa nova pra ele se apresentar condignamente na hora do recebimento do prêmio. Espíndola chegou a caráter na escola Alexandre Vaz Ta‐ vares, para receber o prêmio demelhor aluno do então território federal do Amapá. A mãe o acompanhava. Chegada a grande hora, Es‐ píndola com a acompanhante foram chama‐ dos à frente. Foi só dona Alvina, o moleque escapulira antes semela perceber e só depois da cerimônia é que ele foi encontrado jogan‐ do bola no campinho do educandário com a roupa nova já toda suja pela pelada. Na fase de juventude, Espíndola frequen‐ tou a Paróquia de Nossa Senhora da Concei‐ ção, tendo jogadomuita bola e participado do movimento jovem religioso. O Ypiranga já existia. Observado por olheiros, Espíndola foi levado para jogar no clube. Começou atuando no juvenil ypiranguense e logo de cara foi campeão da categoria, isso em 1971. O hoje professor lembra que foi na Paró‐ quia da Conceição que conheceu pessoas dignas e de boa índole que muito lhe in‐ fluenciaramna formação do seu caráter. “Eu já tinha um pai e uma mãe que não abriam mão de eu ser uma pessoa correta. Então encontrei no movimento jovem da paróquia pessoas que completaram essa minha for‐ mação familiar, como Valdemar Vilhena, Al‐ bertino Melo, Luiz Melo, Sebastião Balieiro, Orlando Gadelha, Álvaro da Paixão, seu Dá‐ rio, chefe Humberto, Caroço, Manoel Colares e Narciso Farripas, entre tantos outros”, lembra Raimundo Espíndola. ● Espíndola, Craque que renunciou ao futebol pelosestudos Texto: Douglas Lima - Fotos: Arquivo Pessoal e Elson Summer

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