Revista Diário - 9ª Edição - Agosto 2015
Revista Diário: O senhor ainda se encontra economicamente produtivo? Alberto Uchôa: Bem, quando vim do Pará para o Amapá, em 1946, comecei trabalhando no governo daqui, passei pelo DTC, chefia de gabinete do governo do estado do Amapá e assumi a diretoria de estatística. Fui secretário estadual da saúde, educação e serviço social, professor de turismo para estudantes do segundo grau, hoje conhecido como ensino médio. Revista Diário: Nossa, quanta coisa! Alberto Uchôa: É... Aposentei‐me por tempo de serviço aos 50 anos. Fui também diretor da TV Amapá, junto com o Luiz Melo e o professor Nilson Montoril. Revista Diário: Foi daí, então, que começou essa paixão pela área da fotografia? Alberto Uchôa: De certa forma, sim. Quando fui trabalhar na TV Amapá, só existia câmera, e não existia nem áudio, nem fotografia. Lembro que no início tudo era muito difícil, havia uma carência em tudo, principalmente nos equipamentos tecnológicos, eram pesados e tínhamos que fazer muita força para manuseá‐los. Como estratégia, aproveitando a oportunidade de negócios, tive a ideia de mandar buscar meu irmão Isac Uchôa, que morava no Rio de Janeiro, e montamos um laboratório improvisado. Foi então que ao sair da TV Amapá empreendi no meu próprio negócio. Revista Diário: Qual era a época, mesmo? Alberto Uchôa: Ah, bem, na década de 70. Revista Diário: E como tudo começou, digo o início da empresa Foto Lumiérie? Alberto Uchôa: Eu e meu irmão montamos um projeto de captação de imagem. Fechamos parceria com a empresa do ramo de fotografia Kodak, com credibilidade no mercado e reconhecida como top linha. Acredito que muitos jovens não conhecem essa empresa. Revista Diário: Verdade! Alberto Uchôa: A Kodak me deu apoio com investimentos financeiros, fornecimento de equipamentos, e periodicamente vinha até Macapá fazer revisão das máquinas e estudo de mercado. Meu foco foi aperfeiçoar e estimular o mercado, e a aquisição de material que vinha de São Paulo. Revista Diário: Qual a importância de estar economicamente ativo? Alberto Uchôa: Lembro que pela época dos meus 20 anos procurava sempre frequentar locais com pessoas mais velhas e com bom intelecto. É... lembro que sofria até preconceito considerado por eles como imaturo para assumir certos cargos de primeiro escalão. Revista Diário: Como assim? Alberto Uchôa: Deixa‐me explicar: Tenho uma opinião bastante particular sobre a velhice, diferença de idade. Na verdade, nunca me vi com os olhos da velhice, e nem da jovialidade, por isso me encontro economicamente ativo em todos sentidos, não só profissionalmente. Lembra do Oscar Niemeyer? Foi estimulado pela ideia de criar, procurou produzir até o tempo em que seu corpo permitiu, já que sua mente e seu intelecto nunca envelheceram, fez projetos até aos 105 anos de idade. ● Empresário Alberto Uchôa emseu ambiente de trabalho, o Foto Lumiére. Revista DIÁRIO - Agosto 2015 - 11
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