Revista Diário - 9ª Edição - Agosto 2015
Revista DIÁRIO - Agosto 2015 - 18 N os registros do Ministério dos Transportes, em Brasília, o primeiro convênio firmado com o então território federal do Amapá para a construção da estrada é de 1976, portanto por lá ninguém aceita a alegação de que a obra con‐ sumiu mais de 70 anos e sim 39. Após aquele ano, quando os primei‐ ros cemquilômetros forampavimen‐ tados, a obra avançou mais 284 qui‐ lômetros, umamédia de 7,6 quilôme‐ tros por ano nos últimos 37 anos; sig‐ nifica 21 metros por dia. O jornalista e historiador ama‐ paense Ruy Guarany Neves conta no texto “A história da BR 156” como foi testemunha ocular do projeto inicia‐ do pelo então governador do territó‐ rio do Amapá, Janary Nunes. “Eu ti‐ nha 15 anos e morava na fronteira, onde nasci, quando chegou ao Oiapo‐ que o governador do território do Amapá, capitão Janary Gentil Nunes, para anunciar a criação domunicípio do Oiapoque e participar da cerimô‐ nia de posse do primeiro prefeito”, narra Guarany. Em seu discurso, Janary Nunes teria anunciado as providências que o governo estava tomando para a construção de uma estrada que li‐ gasse Macapá à Clevelândia. “Muito aplaudido pela população, que con‐ tava apenas com o transporte marí‐ timo para se deslocar a Oiapoque, o governador deu conhecimento do arrojado projeto, já em execução, com o primeiro trecho partindo de Macapá a Porto Grande, cujos servi‐ ços de terraplanagem foram concluí‐ dos em1948”, aponta Ruy. Contando com apoio federal, o governo conse‐ guiu levar a estrada até Ferreira Go‐ mes, o que foi feito em curto espaço de tempo. Decidido a levar em frente o projeto, considerado de grande im‐ portância para o território, a sonha‐ da rodovia fora projetada para pas‐ sar pela região do Lourenço e dali prosseguindo rumo ao Oiapoque, aproveitando as terras férteis exis‐ tentes na região do Cassiporé. Ruy diz que Janary planejava instalar um megaprojeto agrícola, antes de dei‐ xar o governo do território, para as‐ sumir a presidência da Petrobras, em 1956. “O dinâmico governador viu parte do seu sonho realizado, com a rodovia, até então denomina‐ da de BR 15, atingir a vila do Louren‐ ço, que logo recebeu melhoramen‐ tos, com a instalação de uma escola, comissariado de polícia e estação ra‐ diotelegráfica”, diz. Com a saída de Janary, do gover‐ no, sustenta Ruy, a rodovia sofreu uma paralisação, permitindo o tráfe‐ go apenas até à cidade de Calçoene, Queméquem no papel de concluir a construçãodaBR156 BR156 ● Autografando mais umade suas obras literárias, o jornalista e escritor Ruy Guarany Neves, que foi testemunha ocular do lançamentoda obra daBR 156; esse assunto é destaque emseu livro “Ahistória da BR 156”, que virou peça indispensável de pesquisa.
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