Revista Diário - 9ª Edição - Agosto 2015

Revista DIÁRIO - Agosto 2015 - 19 tornando intrafegável o trecho até Lourenço. “Ao assumir o governo do território, em 1964, o governador Luiz Mendes da Silva deu prossegui‐ mento às obras da rodovia, já com a denominação de BR 156, restauran‐ do o trecho até Lourenço. Coube ao governador Ivanhoé Martins alavan‐ car com os serviços da BR 156, con‐ tratando a empreiteira paraense Conterpa, quemelhorou o acesso até Lourenço. Ainda de acordo comos registros do historiador Ruy Guarany Neves, paralelamente prosseguiamos servi‐ ços de desmatamento, a partir de Lourenço, a cargo da construtora Carmo Ltda., que, em 1970, comple‐ tou a ligação até à cidade do Oiapo‐ que. “O primeiro carro a chegar à ci‐ dade do Oiapoque era dirigido por Amaury Farias, na época fiscal do Serviço de Estrada do governo. Muito embora ainda considerada como “ca‐ minho de serviço” entre Lourenço e Oiapoque, o sonho de Janary Nunes se realizara”, descreve o jornalista. Ainda pelo levantamento de Guarany, dá para se definir a contri‐ buição dos governadores da fase em que o território passou a estado. “Com a nomeação do comandante Annibal Barcellos para o governo do Amapá, a obra começou a ganhar pavimentação asfáltica no trecho Macapá/Ferreira Gomes, com 150 quilômetros de estrada; em seguida, o governador João Alberto Capiberi‐ be, que ficou oito anos no mandato, pavimentou apenas 60 quilômetros, de Ferreira Gomes até à localidade de Tracajatuba. Já o governador Waldez Góes foi o que mais avançou na pavimentação da BR 156, com duzentos quilômetros até Calçoene. Em compensação, foi o que teve mais problemas nas licitações”, ana‐ lisa o jornalista amapaense. Ruy diz que ainda faltam ser pa‐ vimentados 290 quilômetros da ro‐ dovia, levando‐se em consideração que ainda está por ser pavimentado todo o trecho sul da via (Macapá/Ja‐ ri). O governador Camilo Capiberibe não conseguiu seguir em frente com a obra, o que leva Ruy a dizer que ela só será concluída em2040. “E osmo‐ toristas vão continuar sofrendo em lamaçais e ladeiras íngremes com abismos ao lado. O sonho de Janary aos poucos vai se tornando realidade, porém, muitas vidas foram ceifadas e terras indígenas atravessadas pelo desmatamento, em nome do pro‐ gresso”, encerra Ruy Guarany. PLANOS O atual governador do estado, Waldez Góes (PDT), diz que pretende reeditar a estratégia adotada quando de sua primeira passagempelo Palá‐ cio do Setentrião. “Queremos avan‐ çar com as pontes de concreto no in‐ verno, as chamadas obras de arte, e com o asfalto no verão, pois é só quando dá pra mexer com terraple‐ nagem e asfalto em se falando do cli‐ ma amazônico”, diz o governador. Mas há um entrave. Camilo Capi‐ beribe havia repassado a obra para o Dnit, que agora é quem dará as ré‐ deas para se saber quando a pavi‐ mentação será retomada. Já o trecho sul da estrada está sob a tutela do es‐ tado, que fecha licitação para o Lote 4 da estrada, que vai do km 21 até à ponte do rio Vila Nova. Serão os pri‐ meiros 62 quilômetros de asfalto desse trecho que vai até Laranjal do Jari. Nos próximos dias o governo es‐ tadual lança seu Plano de Obras que tem 90%dos recursos para as estra‐ das do estado. ● ● ABR-156 vai até à fronteira doBrasil coma Guiana Francesa, em Oiapoque, uma cidade carente do interior do Amapá. Essa ligaçãopode acelerar o progressopor lá.

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