Revista Diário - 9ª Edição - Agosto 2015
Revista DIÁRIO - Agosto 2015 - 27 A lém da BR 156, Walter do Carmo foi o responsá‐ vel por levar o progresso para outros cantos do território. Foi ele quem abriu os ramais para que veículos entrassem mais facilmente nos municípios de Amapá e Calçoene, Base Aérea do Amapá e para a loca‐ lidade Lourenço. Construiu ainda campos de pouso em Tartarugalzinho, Calçoene e Cunani. Tudo corria bem até que o contrato com o governo foi rescindido na administração de Artur Azevedo He‐ ning, em 1975, ignorando uma das cláusulas que previa o translado do maquinário para a capital. As máquinas utilizadas na construção da BR 156 fi‐ caram abandonadas ao longo do primeiro traçado da estrada e jamais recuperadas. Pela quebra do acordo contratual foi movida uma ação contra o território, que foi vencida pelo empresário muitos anos depois, quan‐ do a Construtora Comercial Carmo Ltda. já estava fe‐ chada. O dinheiro serviu para pagamento de indeniza‐ ções trabalhistas e multas do INSS. ● N os anos 1970, construiu os clubes mais bem fre‐ quentados, Círculo Militar, Macapá e Amapá Clu‐ be. Além de desbravador e construtor, Walter gravou seu nome na história do Amapá como pioneiro, palavra que levava ao pé da letra. Foi um dos fundado‐ res do Lions Clube, Maçonaria, Igreja Messiânica e sua paixão: o Aeroclube. Realizou um sonho de infância em seus anos de ouro, quando se tornou aviador. Ao conhecer o boliviano capi‐ tão Belarmino Bravo, juntou seu desejo e espírito em‐ preendedor à paixão do visitante, e juntos formaram a primeira turma de pilotos “brevetados” da cidade, e fun‐ daram o Aeroclube de Macapá, em 1956. Na turma estava Hamilton Silva, que morreu em 1958, no acidente de avião em que também faleceram o deputado Coaracy Nu‐ nes e seu suplente Hildemar Maia. Diziam na época que estava prevista a ida de Walter do Carmo nessa viagem. Em 1985 o governador Jorge Nova da Costa, acredi‐ tando no potencial de Walter do Carmo, deixou sob sua responsabilidade o asfaltamento de 50 quilômetros da BR 156. Ele foi buscar no Paraná a empresa CR Almeida para o serviço. No ano de 2003 o governador Waldez Góes o nomeou assessor especial, como conselheiro da gestão, cargo com que sobreviveu até 2010. Ao morrer, no último dia 14, recebia apenas a pensão do INSS. A ação de milhões ajuizada pelos associados e fami‐ liares do Aeroclube, por ter o governo do Amapá instala‐ do órgãos públicos, hoje Centro Administrativo, na ave‐ nida FAB, sem desapropriar a área, ainda corre na Justiça do Amapá. Além dos sete filhos com Helita, entre eles o Keky, médico recém formado falecido há 28 anos, Walter deixou mais dois filhos, Walmir e João Vitor. ●
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