Revista Diário - 9ª Edição - Agosto 2015
Revista DIÁRIO - Agosto 2015 - 36 MeioAmbiente O geólogo e especialista demeio ambiente, Antônio da Justa Feijão, é um dos entusiastas do projeto cientí‐ fico do estudante de relações internacionais Ruan Patrick Rodrigues Froz, vendo o trabalho como uma visão mais prática da necessária intervenção multilateral dos destinos da Amazônia. Apesar da manifestação positiva, o especialista diz que na elaboração do acadêmico há uma única falha, pois Ruan Patrick não vislumbra que a globalização da floresta tem que levar consigo as realidades sociais e dificuldades geoe‐ conômicas da região. “Grosseiramente, não se pode globa‐ lizar a floresta, exilando a sua gente”, ilustra o geólogo. Antônio Feijão destaca que o trabalho de Ruan é digno de elogios porque parte da iniciativa de um jovem acadê‐ mico de apenas 19 anos de idade que participou de um concurso de projetos, venceu‐o e teve a grande oportuni‐ dade de logo ser conhecido nomundo científico participan‐ do de importante evento no continente europeu. O geólogo vê que a grande dificuldade na discussão amazônica é a falta de recursos para a região se de‐ senvolver. Como contraponto ele apresenta a capital paulista, na forma de exemplo: “São Paulo vai gastar algumas dezenas de bi‐ lhões de dólares para transpor água e abastecer a maga‐ metrópole sulamericana. A Amazônia, no outro extremo, comos seusmunicípios fornecedores de parques nacionais e outras áreas de conservação, não é distinguida no repasse de recursos federais”. Como Ruan Patrick Rodrigues Froz, o ambientalista Fei‐ jão defende a planetarização da discussão amazônica, mas ressalta que nos debates e decisões as questões florestal e ambiental necessariamente têm que ser emparelhadas com as questões social e econômica. Duro, Antônio da Justa Feijão declara que a política de preservação e conservação imposta à Amazônia foi omaior estelionato planetário já produzido contra uma sociedade. Depois, assim se expressa: “Devemos pensar localmente e agir globalmente”. O geólogo testifica que o grande erro da política brasileira am‐ biental foi tambémen‐ tregar aos ambienta‐ listas o uso e o desti‐ no econômico das unidades de con‐ servação. E justifica apontando o parque Yellowstone, nos Estados Unidos, onde a gestão ambiental é feita por empresas e gru‐ pos privados com competência para exerce‐ rem a comercialização e prestação de serviços ambientais da unidade de conservação. ● “Maior estelionato planetário já produzido contra uma sociedade”, diz ambientalista. Política de preservação e conservação da Amazônia ● Kruger Park, ÁfricadoSul
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