Revista Diário - 9ª Edição - Agosto 2015
Revista DIÁRIO - Agosto 2015 - 44 O titular da Secretaria de Estado de Planejamento (Seplan), econo‐ mista Antônio Teles Júnior, afirma que os cortes orçamentários que estão em curso pelo Ministério do Planejamento são necessários para estagnar o processo inflacionário e fazer com que a meta da inflação estabelecida pelo Banco Central (BC) seja atingida, ficando entre 3,5% e 4,5%. Apesar da necessidade desses cortes, eles são “um duro golpe” para a economia do Amapá, vê Teles Júnior “Já temos consciência de que o Fundo de Participação dos Estados e os investimentos da União nos estados serão postergados ou não priorizados. O Amapá já vinha trabalhando nessa previsão, tanto que logo no início da atual gestão reduzimos 40% dos custeios e 25% nos contratos de natureza continuada”, lembra o economista. Para Teles Júnior, o ajuste fiscal no país se depara com a rigidez dos contratos continuados e pagamento de pessoal: “As maiores dificuldade se concentramnos investimentos. Espera‐ se, lamentavelmente, umarrocho ainda muito maior na economia, ao ponto de emperrar a liberação de emendas parlamentares em andamento, apesar do orçamento impositivo. Não se trata de um ajuste que o governo temopção, e sim um ajuste imposto ao governo por causa das contas públicas e da realidade econômica brasileira, mas vamos nos deparar com a resistência da rigidez dos contratos continuados e pagamento de pessoal”. ● Teles Júnior diz que cenário econômico não é favorável ao Amapá ● Pouca gente, poucas compras e um comércioque busca alternativas para sobreviver emmeio à recessão econômica. Economia D e acordo com Teles, não serão apenas os estados que serão penalizados: “O Brasil precisa encarar a realidade. Esse ajuste surge como ferramenta vital para a retomada do crescimento econômico. O objetivo é esse, retomar o crescimento através da restauração da credibilidade com visão voltada para o futuro. É importante, porém, que o Brasil, e o Amapá, em especial, implementem um modelo econômico baseado na iniciativa privada. “Temos modelo de crescimento baseado na expansão do crédito e dos atos públicos, só que esse modelo se exauriu a partir de 2008, com o crescimento da inflação. Está na hora de mudar esse modelo, baseado na produção capaz de incluir a sociedade a partir da geração de emprego e renda. Ajuste da inflação não pode ser feito por decreto. Ajuste inflacionário precisa reduzir a demanda e captar investimentos privados, fazendo paralelamente um eficiente ajuste do crédito. Os estados, em geral, têm que se adequar à modernidade de administração pública, mudando os modelos de gestão e controlando a corrupção”, aconselha. Para Antônio Teles, o Amapá já começou a fazer o “dever de casa”, cortando gastos desnecessários, escalonando a folha de pagamento e se capacitando para atrair investimentos do setor privado, implementando ações de forma coordenada. ●
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