Revista Diário - 11ª Edição - Outubro 2015
Revista DIÁRIO - Outubro 2015 - 15 O doutor Luiz Carlos Gomes dos Santos fez concurso público para procurador do território, na época chamado assessor jurídico, função que exerceu por três anos. Depois, novamente foi aprovado no con‐ curso para defensor público do Distrito Federal e Terri‐ tórios, posteriormente foi promovido a promotor subs‐ tituto, promotor público e finalmente a promotor de jus‐ tiça, exercendo tais cargos por 11 anos, quando foi no‐ meado para o Tribunal de Justiça, compondo a primeira equipe de desembargadores do estado do Amapá. Com a sua aposentadoria, o tempo que ele passou na área ju‐ rídica do serviço público foi 40 de anos. Como membro do Ministério Público, Luiz Carlos atuou no Tribunal do Júri, tanto como defensor público como promotor. Dentre suas atuações como defensor público, na tribuna de julgamento popular figurou na de‐ fesa de um rumoroso crime que abalou Macapá, o caso Abel Duque de Oliveira, em 1980. Esse réu, convivente de uma enfermeira emMacapá, resolveu matá‐la. Na calada da noite, Abel entrou na casa da mulher armado de facão, e foi diretamente à cama dela. Com o quarto envolto em penumbra, degolou a vítima. Mas quem morreu não foi a enfermeira, sim a filha dela com a qual na fatídica noite trocara de lugar na alcova. O réu pegou a pena mínima de 12 anos de cadeia, re‐ fletindo a boa tese levantada por Luiz Carlos, que cum‐ pria seu dever de ofício, até porque Abel Duque fora abandonado por seu advogado, cabendo à Defensoria Pública fazer sua defesa. Luiz Carlos Gomes dos Santos também teve o seu tempo de jornalista, ainda na época dasmáquinas de da‐ tilografia, paicas, réguas, telex, gravador pé duro de fita cassete, laboratório fotográfico na escuridão e tipografia. Isso foi de 1963 a 1967. Trabalhou no hoje extinto jornal Folha do Povo que tinha como dirigentes Elfredo Távora, Amaury Farias e José Araguarino Mont’Alverne, e como colaboradores, Guilherme Jarbas, Isnard Lima, Nestleri‐ no Valente e tantos outros idealistas daquela época. Pri‐ meiramente foi revisor e, depois, repórter. Foi membro da então Associação Amapaense de Imprensa, cuja car‐ teira de sócio guarda com carinho. No fulgor da sua juventude, Luiz Carlos também foi militante político. Fez parte do grupo que lançou as candidaturas de Cabo Alfredo e João Lourenço a depu‐ tados federais contra o então poderoso Janary Nunes. E ao lado dos estudantes Carmen Chagas e Antônio Matias entregou ao então Presidente do Brasil, general Castelo Branco, numa visita deste a Macapá, documen‐ to pedindo uma faculdade para o então território fe‐ deral do Amapá. Esse gesto, sem dúvida, foi a primeira semente da hoje Unifap. ● ● Luiz Carlos no exercíciodo Desembargo (acima); discursando, comomilitante político (embaixo).
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