Revista Diário - 11ª Edição - Outubro 2015
Revista DIÁRIO - Outubro 2015 - 16 R esponsável por cerca de 50 mil ca‐ sos e mais de 11 mil mortes anuais no Brasil, o câncer de mama está no topo da lista dos tumores malignos mais incidentes nas mulheres brasileiras. E, quando não mata, traz profunda angústia com o diagnóstico e pode deixar sequelas por cirurgias mutilantes. E apesar de o Brasil ter evoluído bastante nos últimos anos – com diagnósticos cada vez mais precoces, tratamentos quimioterápicos mais eficazes e técnicas cirúrgicas menos invasivas – as estratégias de prevenção têm sofrido profundas discussões nos úl‐ timos anos. Quem não lembra da atriz Cássia Kiss com os seios à mostra e orientando técni‐ cas de autoexame da mama? Então, desde a publicação de alguns estudos que mos‐ traram ausência de benefício com estas técnicas, vários grupos especializados, in‐ cluindo a Sociedade Brasileira de Masto‐ logia, deixaram de recomendar o autoexa‐ me da mama como uma estratégia de pre‐ venção. Logo, se você faz autoexame da mama, pode esquecer. Mas o que está deixando os médicos sem resposta concreta é o real benefício da mamografia (exame de raio x da ma‐ ma) de rastreio, que são aqueles exames solicitados à toda uma população, mesmo que sem sintomas, para o diagnóstico pre‐ coce de alguma doença. Apesar deste exa‐ me ainda recomendado pela Febrasgo (Fe‐ deração Brasileira das Associações de Gi‐ necologia e Obstetrícia) para ser realizado por todas as mulheres, anualmente e a partir dos 40 anos, dois grandes estudos de 2014 mostraram que esses exames fei‐ tos em larga escala não reduziram a chan‐ ce de morte por câncer de mama. Pelo contrário, aumentaram os custos e os ris‐ cos de cirurgias desnecessárias. Como se vê, exames não parecem ser a chave para uma boa estratégia de preven‐ ção deste mal. Mas as boas e velhas dicas de alimentação adequada, exercícios físi‐ cos regulares, controle do peso e avaliação médica regular, sim! Essas estão com força total. Motivo pelo qual temos, aqui no Amapá, taxa quatro vezes menor de cân‐ cer de mama em relação ao Sudeste. Pro‐ vavelmente, em virtude de hábitos mais saudáveis presentes por terras tucujus. ● ViverBem Doutor Alessandro Nunes, Médico professor da Unifap, especializado em Clínica Médica pela Unifesp, e Geriatria, pela USP. Outubro chegou; vista rosa! Lançada há 18anos, a campanha de conscientização contra o câncer de mama ganha força nomundo inteiro. E não é à toa: apenas em2015, mais de60mulheres amapaenses desenvolverão a malignidade. E você?Sabe como prevenir? AlessandroNunes
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