Revista Diário - 13ª Edição - Fevereiro 2016
Revista DIÁRIO - Fevereiro 2016 - 25 N ão podemos negar que no ano que se foi a corrupção desencadeou a crise de governo, a aparente “crise política”, e essa, a crise econômica. Houve uma sucessão de fatos que deixaram atô‐ nitos os mais experientes analistas. Em 2016, a crise política não dará tré‐ guas, alimentada pela crise do governo. Os mesmos fatores que debilitaram a estabi‐ lidade política em 2015 continuarão exis‐ tindo, quais sejam: a inapetência do go‐ verno no labirinto político no qual caiu, sem contar a atuação de uma oposição que não diria irresponsável, mas sem pro‐ jetos definidos para aquilo que ela critica. Ainda não estamos numa crise políti‐ ca, mas sim de governo. Os prognósticos apontam que esta crise não acabará facil‐ mente e rapidamente, pois os ingredien‐ tes que alimentam esse caldo de cultura política continuarão fervendo. O governo não assume a “mea‐culpa”, aceitando que errou, e a oposição conti‐ nua com sua apetência voraz em busca do poder. Tendo ainda como catalisador des‐ sa equação política a situação de possível agravamento dos indicadores econômicos desagradáveis para o Brasil, e as eleições municipais. Se essa crise de governo ten‐ der para uma crise política, poderemos ter uma crise institucional, o que não de‐ sejamos. Uma crise institucional pode de‐ saguar em uma crise de regime. Vemos que nesse embate que nem go‐ verno nem oposição desejam ensarilhar suas armas. Logo no primeiro semestre de 2016, teremos mais um elemento que en‐ tra nesta composição do caldeirão que ferve. Provavelmente em fevereiro ou março a Câmara dos deputados decidirá sobre a abertura do processo de impeachment contra a Presidente. Para esquentar ainda mais, está em pauta a cassação dos man‐ datos de Eduardo Cunha pelo Supremo Tribunal. Isso significa que a espada de dâmo‐ cles continuará sobre a cabeça do governo pelos próximos meses. A Presidente terá que liberar, para a base, muitas emendas parlamentares para controlar os seus alia‐ dos. Isso irá desequilibrar ainda mais o superávit primário. Já desacreditado pelas agências de riscos, o Brasil não será mais um destino para capitais, resultando mais recessão. ● E-mail: otonaracy@uol.com.br OtonAlencar A possível cassação de Delcídio do Amaral e sua condenação poderão suscitar a delação premiada. Com Eduardo Cunha fora do poder, o presidente da Câmara poderá fazer revelações explosivas, altamente comprometed oras de alguns colegas. Oton Alencar, Pastor da Igreja Assembleia de Deus, bioquímico, teólogo e advogado ARTIGO O que nos espera o ano de 2016
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