Revista Diário - 13ª Edição - Fevereiro 2016

Riqueza CláudiaOliveira Psicóloga clínica A importância do toque Consultório Psiqué Avenida FAB, 1070 - Sala 306 - Edifício Macapá Office - 98127-0195 Revista DIÁRIO - Fevereiro 2016 - 5 Comportamento Dra. CláudiaOliveira Omelhor lugar domundo É dentro de umabraço Promais velho ou promais novo Pra alguémapaixonado, alguémmedroso Omelhor lugar domundo É dentro de umabraço Pro solitário ou pro carente Dentro de uma abraço é sempre quente Tudo que a gente sofre Numabraço se dissolve Tudo que se espera ou sonha Numabraço a gente encontra''. (MarthaMedeiros-Jota Quest) O toque humano é como um alimento vi‐ tal para o bebê. Crianças criadas em or‐ fanatos, com pouca oportunidades de contato, morrem com muito mais frequência que bebês criados sem a privação do contato físico. Se não houver uma nutrição correta, o bebê será prejudicado. O mesmo acontece com o toque carinhoso; na falta desse, o de‐ senvolvimento emocional e físico será preju‐ dicado. O toque na pele é uma necessidade im‐ periosa do homem desde seu nascimento. O toque está intimamente ligado ao afeto. O ato de tocar influencia na vida, podendo gerar tendências positivas no decorrer do crescimento do ser humano, influenciando na formação de uma personalidade terna e amo‐ rosa. A criança resiste a muita coisa, desde que tenha o toque amoroso da mãe, segundo pes‐ quisa realizada logo após a II Guerra Mundial, pelo Dr Fritz Talbot. A ideia contemporânea do parto humanizado, das mães cangurus (que representa um modelo eficaz de atendi‐ mento ao bebê com relação à melhoria da qua‐ lidade de vida.), mostram com isso quão ne‐ cessário se faz o tocar. Quando perdemos alguém, e uma pessoa se aproxima, por exemplo, e muitas vezes nem precisa esboçar qualquer palavra, ape‐ nas nos acolher em um caloroso abraço, já nos aliviará a dor. Percebe‐se, também, que muitas pessoas se sentem incomodadas quando são toca‐ das, sentem um desconforto. Isso pode acontecer, pelo fato do afeto ter sido pouco trabalhado ou o contato que teve ter sido ancorado a alguma experiência ruim. Daí, a dificuldade de se permitir o toque. Afinal, o contato agradável nos encoraja a investir nas interações sociais e a construir laços mais duradouros. Já outras, em um primeiro toque, seja um afago nos cabelos, um cari‐ nho nas mãos, sentem‐se completamente entregues diante do ato de tocar. Na sociedade atual em que vivemos, onde se costuma substituir o contato pessoal pela comunicação virtual, entender sobre a impor‐ tância do toque decerto nos ajudará a valori‐ zar cada abraço, prolongando‐o um pouco mais, podendo esses momentos serem a base de relações mais ricas e prazerosas. Que pos‐ samos, assim, estimular cada vez mais a nossa vontade de enriquecer as nossas vidas através do simples comportamento de tocar cada vez mais o outro, com carinho e amor. ●

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