Revista Diário - 13ª Edição - Fevereiro 2016
Naufrágio do barcoNovoAmapá, uma tragédia inesquecível A embarcacão, com suporte para transportar no máximo quatrocentas pessoas, e meia tonelada de mercadoria, partiu do Porto de Santana commais de seiscentos passageiros e quase um tonelada de carga comercial. O destino era o município interiorano de Monte Dourado, com escala em Laranjal do Jari (AP). A lista de despacho, segundo a Capitania dos Portos, na época, tinha registrado cerca de 150 pessoas licenciadas pelo despachante Osvaldo Nazaré Colares. Mas na em‐ barcação havia mais de seiscentas almas. O despachante, falecido em abril de 2001, vítima de dengue hemorrági‐ ca, afirmou que só foi informado da lista após já ter par‐ tido há certas horas, e que a lista foi deixada sob sua me‐ sa, quando ele estava ausente. O comandante responsável pela viagem, Manoel Al‐ vanir da Conceicão Pinto, seguiu todas as instruções da‐ das pelo proprietário, sobre a viagem. O proprietário era Alexandre Góes da Silva, que te‐ ve seu corpo en‐ contrado no ca‐ marote da embarcação. Segundo versões de sobreviven‐ tes do naufrágio, a responsabilidade pela cabine de co‐ mando estava nas mãos inexperientes de um garoto, mas isso nunca foi comprovado. De acordo com a lista da Capitania dos Portos do en‐ tão território federal, cerca de 650 pessoas embarcaram no Novo Amapá, e menos de 180 puderam sobreviver. Esses números ainda hoje são contestados por muitos dos sobreviventes. Segundo eles, a quantia de mortos foi menos de 470, em torno de 350, no mínimo, 330. Após partir do Porto de Santana por volta das 14h de 6 de janeiro de 1981, a embarcação tombou aproxi‐ madamente às 21h. A notícia da tragédia chegou na ca‐ pital amapaense, Macapá, no dia seguinte, através de dois sobreviventes. Era a noite de 6 de janeiro de 1981, quando o barcoNovo Amapá naufragou na foz do rio Cajari, próximo aomunicípio deMonte Dourado (PA), levando às águasmais de seiscentas pessoas. Emtorno de 350delas perderama vida, e centenas passaram horas de pânico e desespero, virando-se como podiamna superfície da água, imersas na escuridão. História Revista DIÁRIO - Fevereiro 2016 - 6
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