Revista Diário - 13ª Edição - Fevereiro 2016

Revista DIÁRIO - Fevereiro 2016 - 64 Religião “... Raimunda Coutinho, de hoje em diante chama- rás Irmã Maria Celeste! ‘Irmã Maria Celeste ficou no silêncio de seu coração, pen- sando no significado de seu nome: Quemensagem trazia? Por que esse nome foi escolhido pra mim? E pensativa, foi guardando tudo em seu coração...’ IrmãMariaCeleste começavaagoraumanova etapa em sua vida: o noviciado. Noviciado é um tempo em que a jovem faz sua pre- paração para a vida religiosa. É um tempo em que faz muitos estudos, reflete, ora bastante, faz passeios, pratica lazer, esporte. Tudo issona convivência comou- tras noviças – suas companheiras’. ‘A noviça de Macapá ia crescendo cada vez mais na graça de Deus, na espiritualidade cordimariana, na convivência com as companheiras e no domínio de si mesma’. ‘Maria Celeste foi levar asme- ninas da escola a passeio pelos campos. Uma das alunas parecia estar disposta a fazer o contrário de tudo o que fosse orientado. Maria Celeste chamou ameni- na com ternura e tentou acalmá- la. Emvão. Emvez de se acalmar, amenina insultou a Irmã, lançan- do-lhe em rosto uma variedade de palavrões e, encontrando um pedaço de madeira, apanhou-o enfurecida, antes que Irmã Celes- te pudesse livrar-se, e jogou-o com violência sobre a cabeça da Religiosa... Irmã Maria Celeste empalide- ceu... mas logo o sangue subiu à cabeça, seu olhar pareceu soltar faísca, as faces se tornaram roxas e a cólera agiu os seus membros. Todos temiamuma explosãopor parte da Irmã.Mas qual foi o espanto de todos ao vê-la cerrar os punhos para se dominar e de repente, caindo de joelhos, com um sorriso, disse: – Obrigada, ó meu Jesus, é isso mesmo que mere- ço!!! ‘Em muitas situações, Irmã Maria Celeste conseguiu ser calma, mansa, serena e dócil, quando dentro de si o sangue fervia. Outras vezes, não! Explodiamesmo! Depois... chorava! Chorava arrependida por ter se deixado levar pelas suas próprias emoções. Pedia perdão. Rezava. Confiava emDeus e... pronto! Tudo sorria para ela!’ ‘Irmã Maria Celeste irradiava alegria, vivia plena- mente feliz! Senhor João Coutinho, nas muitas vezes emque vi- sitou afilha, ficava feliz ao perceber que a sua pequena Dica vivia verdadeiramente feliz! Felicidade que ela re- velava no semblante , nas conversas, em tudo! Essa alegria amenizava as dores dopai, pois hámui- to tempo ele vinha doente.’ ‘Dica havia viajado a Mazagão, emmissão. Era a festa da Padroeira do lugar: Nossa Senhora da Assunção. Terminada a festa, chegou um portador de Macapá, en- viado pela Irmã Maria de Nazareth, , dando a notícia do fale- cimento do Sr. João Coutinho. Irmã Maria Celeste soube suportar a partida do pai com muita resignação e fortaleza. Sentiu vivamente, mas, após al- gumas lágrimas, foi rezar ao pé do Tabernáculo e voltou cal- ma, como de costume.’ ‘Irmã Maria Celeste estava cheia de Deus, cheia da graça de Deus. E no seu caderninho ia escrevendo tan- tas coisas bonitas. “Meu Jesus, tende piedade de mim, ajudai-me. Dai-me a vossa mão, guiai-me, tal uma mãe guia sua filhinha! Deste modo terei a força e a coragem para me santi- ficar. Oh! Doce querido Jesus, vós sabeis que eu desejo ser uma Santa Religiosa, e todos os dias renovo este desejo! Oh! Não me abandones, Jesus!”’ ‘Terminado o tempo do Novicia- do, Irmã Maria Celeste estava agora destinada àmissão cordimariana. Foi enviada, pelo próprio Júlio Maria, à educação das crianças, ali mesmo em Macapá, na escola onde estudara e vivera um bom tempo de sua vida’. ‘Irmã Maria Celeste realizaria a sua missão cordimariana? Deus tomaria para si a sua pequena vítima? A oferta fora aceita? Que surpresas estariam reservadas àquela comunidade cordimariana de Macapá?’ ‘Após a profissão de seus votos , começarama apa- recer os primeiros sinais de algum alteração na saúde de Dica. De vez em quando surgia uma leve febre, e umas semanasmais tarde, uma espécie de enfraqueci- mento, desânimo e uma canseira após qualquer ativi- dade. Tudo isso Irmã Maria Celeste sofria em silêncio, revelando a alegria, como de costume.’ ‘Um dia, depois de ter participado dos exercícios da ma- nhã, saindo da capela, ela se achava tão abatida e cheia de agonias que soltou um prolongado grito de dor. Depois, caiu pálida, trêmula e banhada em suor frio, sobre uma cadeira da comunidade. As Irmãs fizeram-na deitar e avisaramPadre Jú- lio do acontecido’.

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