Revista Diário - 13ª Edição - Fevereiro 2016
Entrevista PERFIL Entrevistado. José de Ribamar Ferreira de Araújo Costa, o José Sarney, tem 85 anos de idade, é advogado, jornalista e escritor. Começou a vida política ainda estudante do Colégio Liceu, em São Luís (MA), tendo depois chegado a suplente de deputado federal, até vencer uma eleição para a Câmara Federal e depois elegeu-se governador do Maranhão e depois senador. Nos anos 1980 engajou-se na campanha pelas eleições diretas e pouco depois compôs como vice a chapa vitoriosa do Presidente Tancredo Neves, que faleceu antes da posse. Sarney assumiu as rédeas do País e conduziu o período da redemocratização, da Constituinte e da volta das eleições diretas para Presidente. Depois foi eleito senador pelo Amapá onde cumpriu três mandatos . ● Diário – Forammuitos os projetos para o setor elétrico não é? Sarney – Penso comoWinston Churchill, que dizia “o populista pensa apenas nas próximas eleições e o estadista nas próximas gerações”. Defendi obras para o futuro do Amapá, coisas que certamente eu nempoderei usufruir, pois já não estarei neste plano... [risos] Isso tudo para dizer que sim, pudemos avançar no setor elétrico, inicialmente com a única hidrelétrica existente no estado e depois lutando por anos para a interligação do Amapá ao sistema elétrico nacional, através do Linhão do Tucuruí, outra grande vitória nossa que me orgulho de ter alcançado, afinal os adversários sempre duvidaramque isso pudesse ser concluído. Hoje, alémdessa interligação, passamos a ser também exportadores de energia, pois foram três novas usinas que vierampara o Amapá, Santo Antônio, Ferreira Gomes e Caldeirão. Diário – Coma tragédia ocorrida emMariana, Minas gerais, muita gente voltou a ter preocupações comas barragens, especialmente aquelas erguidas para formar os reservatórios das hidrelétricas. Isso tambémpreocupa o senhor? Sarney – Não, de maneira alguma. A energia hidráulica é considerada pelos especialistas uma energia limpa e renovável, pois utiliza apenas a vazão dos cursos d’agua, que grassamno Amapá, por obra do Criador. Os impactos sãominimizados comum acompanhamento rígido dos estados, dos municípios e dos organismos ambientais, seja fiscalizando a correta execução das obras, seja garantindo as compensações para as comunidades afetadas. Diário – E sobre outro projeto de sua autoria, que prevê a implantação de uma Zona de Processamento de Exportação, a chamada ZPE, como isso tambémpoderá ajudar o estado? Sarney – Se a notícia da regulamentação da ZonaFranca Verde foi omaior presente de Natal dos amapaenses, a ZPE será a cereja do bolo, do Ano‐Novo, por assimdizer. Ela também está criada e pronta para ser implantada no Distrito Industrial de Santana. Esse modelo de vanguarda eu conheci ainda nos tempos que era presidente do país e fiz uma visita à China, que já adotava tal modalidade. De lá pra cá omundo deumuitas voltas e a China acabou se consolidando como a potência econômica que é hoje. Então a Zona Franca e a ZPE, consorciadas, serão a maior vitrine do novo Amapá que vai surgir, verdadeiramente sustentável e pronto para o futuro. Diário – O senhor é sempre otimista? Sarney – Gosto de frases, então fecho aqui comoutra, de Helen Keller, que disse: “O otimismo é a fé em ação. Nada se pode levar a efeito semotimismo”. Então sou otimista sim. Diário - Qual sua expectativa para o futuro agora sem mandatos políticos? Sarney - Estar mais comminha família, mas tambémquero continuar sendo útil ao Amapá e aos amapaenses, umpovomaravilhoso, issome dá vida! ● Revista DIÁRIO - Fevereiro 2016 - 80
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