Revista Diário - 14ª Edição - Março 2016

A justiça pode, mesmo, ser feita embaixo de uma ár‐ vore, emumcentro comu‐ nitário ou dentro de uma embar‐ cação, como diz a desembarga‐ dora Sueli, mas pôde também ser realizada até emcanoa a vela ou não, e ainda em condições mais inóspitas, emépoca emque ainda não existia amodernidade e o certo conforto de hoje, como fez o então juiz de direito José Ferreira Teixeira emplagas ama‐ paenses, notadamente do rio Araguari e adjacências emmeio ao conflito fronteiriço entre o Brasil e a França na região norte do país verde‐amarelo, pendên‐ cia essa que só foi resolvida por arbitragem suíça em 1 de de‐ zembro de 1900. José Ferreira Teixeira foi um militante do ideal de derrubada do Reinado para a implantação da República brasileira. Em vir‐ tude dessa atuação, em abril de 1890 foi eleito deputado na As‐ sembleia Constituinte do Estado do Pará, onde integrou várias co‐ missões. Ele também se desta‐ cou emserviços prestados àma‐ gistratura, tendo exercido o car‐ go de juiz federal do Pará, cujo Juizado instalou solenemente em 26 de fevereiro de 1890, após nomeado pelo primeiro presidente do Brasil, marechal Deodoro da Fonseca. Encerrado o Congresso Constituinte, houve a organiza‐ ção da magistratura do Pará, quando José Ferreira Teixeira foi convidado para exercer o cargo de juiz de direito da Comarca de Macapá, para o qual foi nomea‐ do em6 de julho de 1891 por ato do primeiro governador consti‐ tucional republicano naquele es‐ tado, Lauro Sodré. Nessa época, o Amapá pertencia ao Pará. A aventura itinerante do co‐ rajoso e idealistamagistrado, em terras e águas amapaenses, é contada pelo próprio José Fer‐ reira Teixeira no livro ‘Memórias de minha vida’, publicado em 1939. A Revista Diário do Ama‐ pá teve acesso à parte do livro emque o juiz de direito se refere ao Amapá. ● Viagens de canoaavela Revista DIÁRIO -Março 2016 - 35

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