Revista Diário - 14ª Edição - Março 2016
Riqueza CláudiaOliveira Psicóloga clínica Consultório Psiqué Avenida FAB, 1070 - Sala 306 - Edifício Macapá Office - 98127-0195 Revista DIÁRIO -Março 2016 - 5 Comportamento Dra. CláudiaOliveira Não sei o que sinto, não sei o que quero, não sei o que penso nemo que sou. (Fernando Pessoa) D iariamente, encontramos pessoas que não conseguem perceber que se sen‐ tem injustiçadas, maltratadas, des‐ prezadas, preteridas, humilhadas e assim por diante. Como por exemplo, aquela mu‐ lher que sofre maus tratos do marido e constantemente busca uma desculpa para seus atos violentos, dizendo que é por conta da bebida, que no fundo ele é uma boa pes‐ soa, e assim por diante. Percebe‐se, que en‐ quanto nele há o exagero do ódio predomi‐ nando, nela há a falta. O ódio é um afeto fundamental para os processos de separa‐ ção. Sem ele, o sofrimento pode ser infinito, e consequentemente nenhuma transforma‐ ção será ensejada. Qualquer sentimento é importante, mes‐ mo aquele que popularmente é tido como ne‐ gativo, como o ódio e o medo. Do ponto de vis‐ ta clínico, nenhum afeto deve ser considerado algo ruim, mal. O importante é saber dosar, uma pitada, não quer dizer uma tonelada. Por isso, quão importante é saber iden‐ tificar o que sentimos, e assim entrar em contato com esses sentimentos, para que possam nos auxiliar em nossas vivências. Muitas vezes, na clínica, perguntamos ao paciente o que ele sentiu no momento da experiência, e ele diz que não sabe o que sentiu. E quando essa falta de identificação persiste, devemos atentar para a Alexitimia, que é a incapacidade ou inabilidade de identificar e descrever as emoções. É uma espécie “cegueira emocional”. Ter essa difi‐ culdade, em algum momento da vida, pode ser normal. Mas se for constante, deve‐se tomar cuidado. Todos nós temos sentimentos. Fazem parte de nós, é algo que não conseguimos ver, tocar, cheirar, ouvir, mas que consegui‐ mos sentir. E entrar em contato com o que sentimos, reconhecer esses sentimentos, que muitas vezes pode ser divertido e rela‐ xante, outras, pode ser confuso e desconfor‐ tável, favorece a dissolução de muitos con‐ flitos internos. Daí, a importância de sermos honestos e verdadeiros com nós mesmos. Entrar em contato, reconhecer e elaborar! ● A importância de identificarmos os sentimentos
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