Revista Diário - 14ª Edição - Março 2016

Personalidade L írio Celestino Pezzini, natural do interior de Colorado (RS), descendente de italianos, descobriu que queria ter uma vida religiosa, ainda criança. O chamamento para a vida missionária ocorreu porque ele vivia em Buraco Azul, uma localidade de roças de muita religiosidade, e admirava os ofícios do padre que uma vez por mês ia celebrar Missa na comunidade. “Então, resolvi seguir a atividade religiosa”. Apoiado pelos pais Nestor e Cruzvaldina, aos 12 anos de idade Lírio já estava no seminário então existente em Pinheiro Marcado, outra localidade do município gaúcho de Colorado. O padre registra que Pinheiro Machado existe até hoje, mas ninguém mora mais lá, onde há somente plantações de soja e trigo. Lírio Celestino lembra bem, ainda hoje, que sua viagem para entrar no seminário foi feita numa carroça puxada por dois cavalos, e dirigida por seu Nestor. Isso em 1953. O trajeto de Buraco Azul para Pinheiro Marcado demorou em torno de seis horas. Pai e filho saíram na carroça por volta das 6h e chegaram, para a reclusão religiosa do menino, ao meio dia. Quatro anos depois, após concluir o Oitavo Livro, como era chamada na época a hoje penúltima série do Ensino Fundamental, o futuro padre foi para Aparecida do Norte (SP), onde continuou os estudos no Seminário Santo Afonso, concluindo o Segundo Grau, Ensino Médio, atualmente. Em 1961, Lírio Celestino iniciava o Noviciado no Seminário São Geraldo, em Pindamonhangaba (SP), terra do famoso João Carlos de Oliveira, o João do Pulo, campeoníssimo do salto triplo e salto em distância. Noviciado é o período em que o postulante a padre é colocado à prova para decidir se de fato quer ser religioso. O coloradense quis. Diante da decisão tomada no Noviciado e aceito pela Congregação Redentorista, Lírio fez os seus primeiros votos religiosos, em 1962 – pobreza, castidade e obediência. Posteriormente se mudou para Tietê, também em São Paulo, para fazer Filosofia e Teologia no Seminário Santa Terezinha. Concluído esse tempo, em 1967 foi ordenado sacerdote redentorista. Peregrino Hoje, padre Lírio tem 48 anos de sacerdócio, completados em dezembro do ano passado. São quase cinco décadas de muito andar, de cidade em cidade, de vila em vila, de lugar em lugar, trabalhando emmissões populares, atividade essa que faz parte do carisma redentorista, sempre pregando a Palavra de Deus. A partir da ordenação em Tietê, o já padre Lírio voltou para o Rio Grande do Sul para trabalhar na cidade de Rio Grande, onde ficou sete anos. Em Rio Grande foi capelão de todos os hospitais ali existentes, e pároco da Catedral de São Pedro. Em 1976 já se encontrava em Cachoeira do Sul. No novo domicílio começou a trabalhar em pregações populares, de lugar em lugar, um peregrino da Bíblia. Também como missionário, em 1991 chegava em Icoaraci, distrito de Belém do Pará, para passar três anos com a atribuição de chefiar a Paróquia de São João Batista. Ainda como peregrino, depois atuou durante seis anos na Igreja Santuário Perpétuo Socorro, no bairro do Telégrafo, em Belém. ● Revista DIÁRIO -Março 2016 - 58 Vida na roça commuita religiosidade

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