Revista Diário - 14ª Edição - Março 2016
D esde 2010, a Assembleia Legislativa do Amapá (Alap) vemsendo alvo de operações da Polícia Fede‐ ral (PF) e do Ministério Público do Estado (MP‐AP). Tal situação colocou no olho do furacão 24 deputados que tiveram mandato até 2014, dos quais pelo menos dez fo‐ ram reeleitos e seguem na Casa. Entre os que renovarammandatos, e os que os perde‐ ram , 21 são réus nosmais diversos tipos de açõesmovidas na Justiça peloMinistério Público. São ações comacusações de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha ou bando, falsificação de documento, crime contra a lei de licitações, crime de responsabilidade e muitomais. Juntando as ope‐ rações Eclésia, Mãos Limpas e Créditos Podres, o rombo nos cofres da Assembleia passaria dos R$ 220 milhões. A situação é tão grave que em abril de 2014 a juíza Alaíde Maria de Paula decretou a indisponibilidade dos bens de 21 deputados estaduais ao acolher uma das mui‐ tas ações de improbidade administrativa propostas pelo Ministério Público. Fundamentada na Constituição Fede‐ ral, a juíza decretou que os bens dos citados ficassem in‐ disponíveis para garantir que os cofres públicos sejam ressarcidos. As contas bancárias de todos os envolvidos foram bloqueadas. “Todas as formas possíveis para desviar recursos pú‐ blicos eram usadas na Assembleia, incluindo contratos com empresa de gente morta, com empresas que rece‐ biam sem entregar nada e nem prestar o serviço, e de‐ putado que ficava com grande parte do dinheiro de seus assessores”, diz um integrante do MP. Diversas denúncias já foram aceitas, tanto por juízes do primeiro grau quanto pelo Tribunal de Justiça do Amapá (Tjap), o que transforma os denunciados em réus. Em novembro do ano passado, o desembargador Carmo Antônio, relator de algumas ações penais da Eclésia, pre‐ viu que emmarço de 2016 começam a sair os primeiros resultados de julgamentos. Deputados estaduais no ‘olhodo furacão’ ● Assembleia Legislativa do Estado do Amapá, alvo de operações da Polícia Federal Política Entre os deputados estaduais que renovarammandatos, e os que os perderam , 21 são réus nosmais diversos tipos de açõesmovidas na Justiça peloMinistério Público. São ações comacusações de lavagemde dinheiro, formação de quadrilha ou bando, falsificação de documento, crime contra a lei de licitações, crime de responsabilidade emuitomais. Juntando as operações Eclésia, Mãos Limpas e Créditos Podres, o rombo nos cofres da Assembleia passaria dos R$ 220milhões. Texto: Paulo Silva Revista DIÁRIO -Março 2016 - 72
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