Revista Diário - 15ª Edição - Abril 2016
Revista DIÁRIO - Abril 2016 - 12 Economia A grande questão é saber o que a chegada do agronegócio pode gerar em termos de le‐ gado para futuras gerações de bra‐ sileiros que nasceram ou vieram para o Amapá. Para isso, a cronolo‐ gia deste projeto e a opinião de es‐ pecialistas. No dia 29 de outubro de 2014, a Cian Port (Companhia Nor‐ te de Navegação e Portos) assinou, em Brasília, o contrato de instala‐ ção de um Terminal de Uso Privado (TUP) na Ilha de Santana, que é o chamado Retro‐Porto. A outorga, que tem duração de 25 anos, foi concedida pela Secretaria Nacional de Portos e pode ser renovada por igual período. Essa unidade, subor‐ dinada ao Porto de Santana, estará interligada ao terminal instalado às margens do Rio Tapajós, em Itaituba (PA) e vai beneficiar o es‐ coamento da safra de grãos pelo norte do país, desafogando o tre‐ cho norte da BR 163, ainda em fase de duplicação. A Cian Port é forma‐ da pela Agrosoja de Sorriso, de propriedade de Cláudio Zancana‐ ro, e a Fiagril, com sede em Lucas do Rio Verde, de Marino Franz. A segunda vantagem é que com toda a logística que está sendo im‐ plantada, com carretas, barcaças e navios graneleiros, numa rota que inicia no Mato Grosso e vai até os países compradores, passando pelo Amapá, é que eles vão poder retor‐ nar, pela primeira vez, com insumos para a agricultura. Para se ter uma ideia, quando uma carreta sai do Mato Grosso e leva três dias para chegar no Porto de Paranaguá (PR) volta vazia, pois não há frete para a rota do caminho inverso. Segundo a Fiagril, quando um navio importa insumos agríco‐ las como NPK, cimento, minérios para dentro da Amazônia e os seus navios irão retornar com insumos agrícolas esse eixo desse insumo que veio no lastro de navio vai re‐ tornar para o estado de Mato Gros‐ so através do refluxo das barcaças e o retorno dos caminhões. Para os especialistas, todos ga‐ nham com isso, o produtor que vai escoar os grãos numa rota mais ba‐ rata, como também os agricultores que terão os insumos mais baratos na porta de suas fazendas, coisa que não ocorre atualmente, pois isso tem um alto custo de importação. MERCADO E é grande também a expectati‐ va para o Amapá em relação a di‐ versificar sua economia, por exem‐ plo, para a criação de frangos e por‐ cos em escala industrial, além de agroindústrias, produção de biodie‐ sel, produção de rações. Seria aqui‐ lo que se chama de “uma nova or‐ dem econômica”, que é a transfor‐ mação de proteína vegetal em insu‐ mos animais como frangos, suínos, piscicultura e outros. A Revista Diário conversou, por telefone, com o consultor Luiz Pagot, escalado pelo grupo Fiagril para dar esclarecimentos à reporta‐ gem a respeito do arrojado projeto. A seguir, os principais trechos da conversa do executivo com o jorna‐ lista amapaense Cleber Barbosa. ● Como o AGRONEGÓCIO poderá diversificar a economia amapaense ● A utilização de barcaças para transporte de grãos desde oMato Grosso ao Amapá consiste emuma grande economia; elas transportamo equivalente amil carretas comuns.
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