Revista Diário - 15ª Edição - Abril 2016
Revista DIÁRIO - Abril 2016 - 38 Economia A história da mineração do Amapá é eivada de curiosida‐ des, desde as lendas nos pri‐ meiros garimpos de Lourenço, no município de Calçoene, norte do esta‐ do, à exploração ilegal de ouro por grandes empresas em áreas não decla‐ radas junto Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). Esse é o caso de uma denúncia feita em fevereiro de 2014 ao Ministé‐ rio Público Federal pelo então superintendente do DNPM no Amapá, Antônio da Justa Feijão. Num despacho assinado em 5 de fevereiro de 2014, o então superintendente determina a suspensão das ati‐ vidades de exploração de ouro pela mineradora Beadell do Brasil Ltda. nas lavras de ferro (DNPM 852.730/1993 e 852.114/2004 e 858.010/1999 e 852.730/1993) da empresa Anglo Ferrous Mineração Ltda.. Ou seja, a Bea‐ dell teria adquirido uma autorização informal da então detentora da lavra de ferro Anglo Ferrous dentro do po‐ lígono exclusivo para a extração de ferro. A exploração ilegal de ouro continuou a ser execu‐ tada mesmo após a concessão do po‐ lígono ter sido vendida à Zamin Ama‐ pá Mineração, à qual o DNPM chamou de “lavra ambiciosa”. A denúncia de exploração ilegal de ouro pela mineradora Beadell foi compro‐ vada posteriormente por uma Comissão Par‐ lamentar de Inquérito da Câmara de Vereadores do Município de Pedra Branca do Amapari, criada ex‐ clusivamente para investigar a denúncia. Na época, a CPI presidida pelo então vereador Raimundo Nonato Dias Mota da Silva, o Neguinho, alega ter confirmado a denún‐ cia em inspeção realizada pelos integrantes da comissão dentro do parque de exploração da Zamin Mineração. A inspeção foi realizada na manhã do dia 23 de abril de 2014, conforme afirma o ofício 006/GAB‐CVMPBA, da‐ tado de 20 de maio de 2014 e encaminhado ao DNPM. À essa altura, a mineradora Beadell já teria explorado mais de 90% do minério de alto teor da jazida de ouro exis‐ tente naquele polígono. ● Lavra Ambiciosa
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