Revista Diário - 15ª Edição - Abril 2016
Revista DIÁRIO - Abril 2016 - 59 N a medida em que o tempo vai passando, o desespero aumenta no Palácio do Planalto. É visível o conturbado estado de espírito da pre‐ sidente Dilma Rousseff diante do histó‐ rico rompimento do PMDB com o seu governo. Diariamente, a Presidente vem usando uma retórica que nunca usou durante os cinco anos de manda‐ to. Além do enfadonho golpe, que já provoca incômodo até nas pessoas que sempre acreditaram em algum milagre salvador, repetidamente fala em demo‐ cracia, Constituição, Estado Democrá‐ tico de Direito e até na Lei de Seguran‐ ça Nacional, esquecendo que o seu par‐ tido, como defensor do autoritarismo extremista, sempre detestou a alter‐ nância do poder, o livre exercício das instituições e a liberdade de imprensa. Eleita para o segundo mandato, após uma campanha eleitoral respaldada pela mentira, Dilma Rousseff vem se mos‐ trando incapaz para tirar o Brasil da de‐ riva a que foi colocado durante os 12 anos do desastroso governo petista. Co‐ mo consequência, o país foi assolado por uma crise política sem precedentes, com remotas perspectivas de solução, da par‐ te do governo, criando uma situação de imprevisibilidade. Ao invés de transformar o Palácio do Planalto empalanque político e balcão de negócios, Dilma deveria tomar o comando do governo e adotar medidas mesmo que minimamente mostrassem ao povo a sua preocupação com a retomada do cresci‐ mento como forma de frear o desemprego e exorcizar o fantasma da inflação, que ho‐ je inibem o padrão de vida da sociedade brasileira. Ao insistir coma ideia de golpe, que não existe, e desferir ataques aos que defendem o impeachment, a Presidente contribui para o acirramento nas ruas, com risco de surgimento de uma desobe‐ diência civil generalizada. Juscelino Kubitschek administrou o Brasil em clima de tensão política contra seu governo. Respondia, sempre, com tra‐ balho, praricando as promessas assumi‐ das na campanha eleitoral. As revoltas de Jacareacanga e Aragarças, impetradas por militares inconformados com a sua su‐ posta ligação a segmentos dos países do Pacto de Varsóvia, não o intimidaram e chegou ao fim do mandato após realiza‐ do o seu maior sonho: a construção e a inauguração de Brasília. ● Ao contar apenas como apoio do baixo clero do PT e alguns “nanicos”, a Presidente vive noisolamento político. Nas manifestações contra o impeachment, da CUT e entidades classistas, que não atingiramnema metade da megamanifestação do dia 13 contra Dilma, Lula e o PT, ficou clara a insatisfação popular, o que foi comprovado em pesquisas. Coma credibilidade abaixo dos dois dígitos, Dilma perdeu a legitimidade e não temmais condições de continuar governando o Brasil. Jornalista RuyGuarany Ruy Guarany, Jornalista articulista do Jornal Diário do Amapá e Revista Diário ARTIGO Odrama de Dilma Rousseff
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