Revista Diário - 15ª Edição - Abril 2016
Revista DIÁRIO - Abril 2016 - 71 do e o bem‐estar de cada criança. No consultório odontológico estamos cercados de estí‐ mulos (sons, cheiros, texturas, imagens etc.), e o paciente com o Transtorno do Espectro do Autismo tende a não fil‐ trar bemesses estímulos. Sendo assim, o profissional deve estar atento a essa situação que é primordial para o pri‐ meiro contato paciente/dentista. Quanto mais conseguir‐ mos simplificar o ambiente sensorial de uma criança, mais fácil será para ela focar em interações sociais e no apren‐ dizado de novas habilidades. Recomendamos que a primeira consulta seja feita ape‐ nas com os pais ou responsáveis pela criança com TEA. Nessemomento, o profissional colhe informações sobre os gostos da criança e também entrega aos pais fotos do con‐ sultório. Quando a criança vier para o atendimento, a apre‐ sentação do ambiente deve ter sido iniciada por fotos que os pais já devem ter mostrando à criança. Nessa fase de condicionamento para o tratamento odontológico, pode‐ se usar fantoches, marionetes e outros brinquedos que fa‐ cilitem a interação com sua criança. Essas atividades funcionam superbem e são primor‐ diais para animá‐los. A apresentação dos instrumentos que serão utilizados no atendimento odontológico pode ser fei‐ ta por meio de brincadeiras. Quando os pais brincam de dentista e de escovar os dentes ele irá incluir facilmente es‐ se momento na sua rotina. Quando a criança demonstrar uma reação negativa às atividades, o profissional não deve demonstrar reação. De‐ vemosmanter a expressão facial e a voz emumtomneutro. Os movimentos do profissional e de toda sua equipe deve ser sempre comcalma e suavidade, pois assimminimiza as reações negativas do paciente autista. Porém, quando ele participa positivamente, como por exemplo, pegar a escova de dentes ou quando leva a escova à boca, devemos come‐ morar comgrande entusiasmo. Devemos ter reações gran‐ des e empolgadas para qualquer sinal de interesse ou dis‐ posiçãoda criança nessa área. Considerar os pais como alia‐ dos mais importantes e duradouros da criança fornece um foco consistente para treinamento, educação e inspiração. A utilização da motivação da própria criança impulsio‐ na aprendizado e constrói a fundação para a educação e a aquisição de habilidades, assim a visita ao dentista é con‐ siderada uma nova habilidade. Uso de energia, empolgação e entusiasmo envolve e motiva a criança, inspirando um desejo contínuo por interação e aprendizagem. Dessa ma‐ neira, iniciamos uma abordagem satisfatória para o trata‐ mento odontológico, e tendo em vista a complexidade do atendimento, é indicado aos pais que procurem profissio‐ nais especializados. ●
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