Revista Diário - 18ª Edição
Umprojetoarrojado A corrida desenvolvimentista que embala o Brasil desde o governoKubitschek destaca claramente os vito- riosos estados emunicípios que se empenharamemim- plantar projetos de tecnologia avançada e investimentos ϐinanceirosparadesenvolver suaseconomias emelhorar a qualidade de vida de suas populações. Mas também mostra quemdormiu no ponto e hoje rasteja no subde- senvolvimento. Sãofatos indiscutíveisemerecemprofun- dos estudos por parte de todos os estados e municípios, principalmente os recém criados, para que novos erros não sejamcometidos. Não basta uma unidade ter seus executivos legal- mente eleitos e ter representação legislativa. Executivos desonestos e incompetentes, bem como legisladores cegos, surdos e mudos, apesar de populares, são a prin- cipal causa do subdesenvolvimento no mundo e, em es- pecial, noBrasil, alémde todos seremcandidatosnatos à lixeiradaHistória. Éprecisoquetenhammassaencefálica, queraciocinem, quecriem, queousemequevislumbrem estratégiasparaencurtardistânciaseconômicasesociais. Quemnão tiver criatividade que, aomenos, saiba imitar osquea tem. Quemnãotiver competênciaque, aomenos, saiba se acercar de quema tem. Oque nãoé aceitável é a estupidezdeunspoucosentortaremofuturode todoum povo. Éinadmissível queoAmapáemlocalizaçãogeográ- ϐicaprivilegiadaedotadoderecursosnaturaisaindamais privilegiadoscontinue teimando, desde1943, emnãoen- contrar caminhos para o seudesenvolvimento. Se o primeiro governador do território federal do Amapá, capitão Janary Gentil Nunes, tivesse mantido nossa capital na cidade de Amapá e se o empresário Au- gusto Trajano de AzevedoAntunes tivesse direcionado a ferroviaeoportodomanganêsparaamesmaregião, com certeza, hoje, o Amapá estaria social e economicamente desenvolvido e seria a porta brasileira para o Atlântico Norte. Mas a faltadeorientaçãodogoverno federal, a es- cassez de recursos e a carência de visão estratégica das nossas lideranças encaminharamnossa capital e nosso porto para longe do Atlântico, para as sombras da pode- rosa capital paraense. E não é por acaso que ainda hoje somos umsubúrbiodeBelém. Seriabemmelhor sermos subúrbiodeBaltimore, AmsterdamouHamburgo. O porto de Santana é próprio para cargas completas (minérios, cavacos, etc.), mas seu calado só permite na- viosdeaté38mil toneladasquandoanavegaçãomundial dá preferência a navios de mais de cemmil toneladas. Nenhum armador oceânico gosta de adentrar em rotas ϐluviais para apanhar ou descarregar cargas a granel em pequenas quantidades. No nosso caso, um navio perde cincodiasparasairdoAtlântico, conseguir licenças, pagar praticageme aportar no rioMatapi. Se a carga não com- pensar, os custos crescem. Os pequenos importadores e exportadoressempreserãoonerados. Por causadessasi- tuação, já faliramnossas indústriasmadeireiras. Duas in- dústrias de pesca que buscavamo pescado no leste do estado para Santana e obrigavam seus compradores a virempara Santana, tambémjá fecharamas portas. Oportocomercial doestadodoAmapá, forçosamente, temqueselocalizarnaregiãodomunicípiodeAmapá.Os navios mercantes que navegamentre o Atlântico Sul e o AtlânticoNortepassampróximosdanossacosta. Podem, a baixos custos, entrar no porto de manhã, operar carga edescargaeseguir viagemnomesmodia. Esseportoterá vantagens insuperáveis, especialmente de calado. Será a menor distância marítima entre o Brasil e o primeiro mundo. Énessaregiãoqueselocalizamnossospotenciais pesqueiros, pastoris, agrÀcolas,mineraise ϐlorestais. asta construir o portoe incrementar a produção para eclodir omaior boomde desenvolvimento econômico da nossa história. Eempregaríamosgrandepartedanossamãode obraociosa. construçãodesseportoenfrentará algumas diϐicul - dades topográϐicas, geol×gicas e estruturais, mas nosso paíspossui a tecnologiadegrandesrepresas, pontes, por- tos ϐlutuantes e dragagens. questão maior é querer fazer. Esse porto será estratégico e altamente vantajoso para o Brasil, especialmente para nós, que colocaremos nossos produtos compreços altamente vantajosos para oBrasil, especialmenteparanós, quecolocaremosnossos produtoscompreçosaltamentecompetitivosnosmerca- dos do primeiro mundo, bem como, também, desenvol- veremos umaricaregiãoatéagoraabandonadapelopaís e pelo estado.
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