Revista Diário - 18ª Edição

O desmatamento, as queimadas e a destruição da mata ciliar nas encostas do rio Amazonas, além do aqueci- mentoglobal, sãoapontados comocausasda secagra- dual. A possibilidade de restringir a navegação de navios de grande calado e transatlânticos turísticos em algumas áreas doAmazonas começa a ser cogitada. Os prejuízos para a eco- nomia regional, sustentada pelo turismo, exportação de ma- deira, soja e pescado seriam incalculáveis. "As fontes de água doce domundo estão emprofundo risco. Então, é claro que a mazØnia não ϐica fora, pois também acaba sendo contem - plada com um enorme conjunto de problemas que afeta a bacia hidro‰ráϐica̶, diz a pesquisadora do nstituto acional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Maria Teresa Fernandez Piedade. OInstitutodeHidrologia,Meteorologia eEstudosAmbien- tais (Ideam) também lançou um alerta advertindo que o rio Amazonas passou de 13 e 15 metros de profundidade para seis metros em áreas onde existem estações de controle, um acontecimento nunca antes visto. O fenômeno atinge direta- mentemilharesdepessoas,moradorasdaspequenas cidades ou isoladas em vilarejos localizados às margens do rio. Além das atividades econômicas comprometidaspelaestiagem, elas i‰ualmente ϐicamvulneráveis s doenças causadas pela insa - lubridadeda águausadapara consumo. “Aqualidade da água deabastecimentonestes ambientes éumdosproblemasmais graves de infraestrutura sanitária e saúde das populações ri- beirinhas”, alerta a especialista em ciências ambientais, Pris- cila Nazaré de Freitas Brito. “A água consumida nesses domicÀlios apresenta elevado risco de contaminação ϐÀsico, químicaemicrobiológica,mesmoquando existemtecnologias apropriadas de tratamento”. Conforme Maria Teresa, os sistemas de água doce são os mais degradados do mundo. E muitos deles já não são como antigamente graças à ação do homem. Na Amazônia, por exemplo, apescaexcessiva levoualgumas espécies à extinção. O tamanho dos peixes também diminuiu ao longo dos anos. “Estudos realizados no Inpa apontamque, das últimas déca- das para cá, as cheias e as secas estão cada vez mais intensas e severas na Amazônia. Isso indica que as mudanças climáti- cas jápodemestar se fazendosentir nestes sistemas", sugere.

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