Revista Diário - 18ª Edição

D urante a IdadeMédia, omelhor vinho era o joveme devia ser consumido logo após a suaprodução. Com os parcos e rudimentares meios de conservação, com a aproximação de uma nova vindima, os produtores apressavamas vendas daproduçãodo ano anterior para evi- tar o risco de não vender o antigo estoque. Naquele período, os egípcios e gregos já se preocupavam em anotar nas ânforas a safra da produção como forma de lembrar oprazo curtode validadedabebida, pois era grande a possibilidade de se tornar vinagre com apenas um ano de idad N e o . entanto, começaram a perceber que, em raras exce- ções, alguns vinhos de determinadas parcelas de terra, em anos especíϐicos, se „eneϐiciavam se tornando mais leves e agradáveis. Aindaque, por um longo tempo, a cultura tenha sido vol- tada ao consumo diário da bebida, a partir do século XVII surgiu uma demanda para além da alimentar, buscando-se também por uma experiência estética. O livro Larousse do Vinho credita esse surgimento à existência de uma classe com poder aquisitivo e bom gosto, na França e Inglaterra, disposta a pagar mais para desfrutar de um grande vinho. Nessa época, já se sabia que envelhecer é melhorar o vi- nho. Já havia a compreensão de que, sendo a parreira uma planta de ciclo anual, a vinha respondia a todas as variações de clima a que era submetida. Os produtores já entendiam, tam„±m, que as características de solo reϐletiam no fruto e, consequentemente, na qualidade. É a partir do século XVII que o conceito de grande vinho passa a ser desenvolvido e a safra está intimamente ligada a isso. Hoje, diante da gama de informações que se apresen- tampara o consumidor, considerandomais a safra, não é ta- refa das mais fáceis escolher um vinho. Contudo, darei umas dicas simples para diminuir a pos- sibilidadede erronessequesito. Oprimeirodeles, emais im- portante, está relacionado aos vinhos donosso cotidiano, os

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