Revista Diário - 18ª Edição
A s Olimpíadas que ocorreram no Rio de Janei- ro, neste ano, surpreenderam a maioria cética dos brasileiros, inclusive a mim, que duvidava da capacidade de organização e realização de um evento tão grandioso, que recebeu milhares de turis- tas e atletas de todo o mundo. Como todas as cidades brasileiras, a então cidade maravilhosa está assolada de problemas de toda or- dem: violência, falta de segurança, sistema de trans- porte público incipiente, drogas, ruas e monumentos mal cuidados. No entanto, a beleza da abertura dos jogos, a resolução dos problemas pontuais e, princi- palmente a alegria de receber, deixou perplexa até a imprensa internacional, em verdadeira superação de todos os entraves e barreiras que tentaram se opor à realização dele. Os Jogos olímpicos, por incrível que pareça, estão atrelados à história da humanidade, religião e confra- ternização entre os povos: a disputa, em tempo real, tem paridade de armas e, principalmente um juiz que dá o veredicto "na hora". Com a tecnologia, os desafios (recursos) são jul- gados também no mesmo momento: as câmeras am- pliam e focam a imagem do erro ou acerto. Os historiadores dizem que os jogos olímpicos ti- veram origem na GréciaAntiga, há aproximadamen- te 2.500 antes de Cristo. O principal motivo deles era prestar homenagem para ZEUS, Deus mais impor- tante dos gregos, já que eram politeístas (cultuavam vários Deuses). Era uma mistura de religião e esporte. Por isso, passou por um longo período de suspensão porque o Imperador romano Teodósio I, converteu- se ao cristianismo e eles foram proibidos por 16 sé- culos. Na era moderna, devemos ao Barão de Cou- bertin sua retomada no ano de 1864. Eles foram rea- lizados na cidade deAtenas com 285 atletas compe- tidores, representando 13 países. Apaixonada por mitologia, nunca esqueci da len- da que envolve a maratona (uma corrida de mais ou menos 42 km), tida como a prova de elite dos jogos. Ela é tão importante que os atletas vencedores são os únicos premiados na cerimônia de encerramento. Segundo a mitologia grega, foi uma homenagem ao soldado ateniense Fidípides, um mensageiro do exército deAtenas que teria corrido cerca de 40 Km, entre o campo de batalha de "Maratona" até Atenas, pra dar notícia da vitória dos exércitos contra os Per- sas. Cumpriu seu papel, mas morreu logo em seguida de exaustão. Atletas para mim herdam muito esses resquícios de divindade entre os homens. Desde o iní- cio, jogos coma presença desses semideuses (atletas), nos lembram que a "arte da superação" é o slogan maior dos jogos desde os seus primórdios. É a superação de si próprio. Em um país em que o esporte, na maioria das vezes, não é profissão e o patrocínio é muito difícil, cada atleta brasileiro que ganhou umamedalha não deixa de ser um herói e um semideus diante das adversidades, por dar uma ras- teira na vida que já tinha sido trilhada pra derrota. Os atletas paralímpicos então, estes deveriam ter seu lugar cativo no "Monte Olimpo", a moradia dos 12 Deuses Gregos!
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