Revista Diário - 18ª Edição
leito Presidente da República para ummandato de quatro anos (1922-1926) , oadvogadomineiroArt- hur da Silva Bernardes entrounahistóriapelaporta dos fundos, segundo alguns de seus biógrafos. Pri- meiro, aϐirmam, opresidente não soue lidar coma situação econØmica crítica e a inϐlaçãodesenfreada, principais combustíveis da instabilidade política e social daquele momento. Segundo, seu estilo auto- ritário arrefeceuqualquer tipodenegociação e con- tribuiu, acreditam, paradeixar opaís àbeiradeuma guerra civil. Para acirrarmais os ânimos, imediatamente após aposse ampliou seus poderes discricionários, manteve o estado de sítio, restringiu as liberdades de expressão e de imprensa, e criou suapr×priapolíciapolítica, oϐicializandoumregime de terror ebrutal repressão aosopositores comaprisãode cen- tenas de indivíduos, entre eles anarquistas, tenentistas, sin- dicalistas, trabalhadores suspeitos depromovera ‘desordem pública’, criminosos comuns, indigentes, prostitutas emeno- res abandonados. Arthur Bernardes também está na história política bra- sileirapor umfato aindamais aterrador. Emseusegundo ano demandato, criouno rasil oprimeiro eïnicopresídiooϐicial destinado aprisioneirospolíticos. Localizado emClevelândia do Norte, no Oiapoque, fronteira com a Guiana Francesa, a prisãoviroucampode extermínioporordemdopróprioPre- sidente da República. Estima-se que entre 1924 e 1926 (pe- ríodo de seu funcionamento) mais de 1800 pessoas tenham morrido brutalizadas pelos agentes do governo ou acometi- das por doenças comomalária, beribéri, disenteria bacilar e tuberculose(à época, extremamente letais).
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