Revista Diário - 19ª Edição

O geólogo, advogado e am- bientalista Antônio Feijão (foto) questiona: “De quemé a responsabilidade do ônus sobre as áreas degradadas, a recuperação da ferrovia e pelo término da cons- trução do porto? É legítima a venda ou foi mais uma colonização in- glesa sobre a Índia? Para o promotor de justiça a transação entre a Anglo American Brazil e a Zamin foi feita para dar um golpe no estado do Amapá, “e golpe do brabo”, acentua Adilson Garcia, que no trabalho de busca por uma solução do caso tem ido a Brasília, participado de Audiência Pública e integrado as sessões em São Paulo a respeito do processo de recuperação judicial daminera- dora Zamin. O promotor de justiça Adilson Garcia diz que não consegue enten- der o motivo ou motivos que leva- ram a Zamin a paralisar as suas atividades no estado, alegando in- solvência financeira, pois aempresa chegou a exportar 45mil toneladas de ferro em 50 navios, faturando mais de U$ 1,633 bilhão. E ainda pegou empréstimo de 50 milhões de dólares doAbanampo, e 130mi- lhões de dólares do Abank Intesa San Paolo, da Itália. “Pra onde foi todo esse dinheiro?”, indaga Garcia. Antônio Feijão, por sua vez, re- gistra que no pátio da Zamin, em Santana, há aproximadamente três milhões de toneladas de ferro, e em Pedra Branca, ummilhão de tone- ladas do minério. Essas quantias representam350milhões de dóla- res. Parte do estoque de ferro esta- cionado em Santana se encontra emterreno emque a prefeitura da- quelemunicípio projeta a constru- ção do Centro de Iniciação aos Esportes com recurso de R$ 4 mi- lhões do Ministério dos Esportes. Essa obra corre o risco de ser per- dida, caso logo não seja dada uma destinação ao minério de ferro ali estocado. O promotor Garcia vê que no momento o único lastro que a Zamin tem para o pagamento de suas dívidas é o ferro já extraído e que está em Santana e em Pedra Branca doAmapari. Mas a empresa , atravésdeadvogados, disseemAu- diênciaPúblicaque se compromete a pagar 50% de tudo o que deve, num período de 15 anos. A pro- posta, obviamente, não foi aceita. No desenrolar dos aconteci- mentos sempre têmaparecido em- presas que dizem estar interessadas em comprar a Zamin. A última ocorrência desse inte- resse foi em fins de março, em São Paulo, durante audiência para tra- tar da recuperação judicial da Zamin, que reuniu os representan- tes dos principais credores da mi- neradora.   Continua Revista DIÁRIO - Edição 19 - 49

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