Revista Diário - 19ª Edição

Revista DIÁRIO - Edição 19 - 55 nham acabado iludidas, não sei. Diário – E sobre a recuperação judicial em si, esses ativos de minério estocado uma vez vendidos garantemo pagamento de todas as dívidas da mine- radora? Glauco – Olha, é quase que certo. Nós temos 4 mi- lhões de toneladas ainda estocadas aqui em Santana e mais umas 2,5 milhões de toneladas de minério proces- sado em Serra do Navio. Se nós fizermos uma conta de padeiro, como se diz, a gente vê que hoje o minério de ferro custa 90 dólares a tonelada, tirando 10 dólares para a logística de embarque e levar de navio até o porto de Beijing, na China, por exemplo, a 80 dólares a tone- lada nós teríamos em torno de 1,6 bilhão de dólares. Diário – E tem mercado para isso, de comprado- res interessados nesse minério? Glauco – Tem sim. O mercado chinês, por exemplo, reagiu. O preço mundial de mercado subiu, qualquer pessoa pode ver no site que controla o setor, no endereço vale.com , então está nessa faixa de 90 dólares a tonelada o preço médio do minério de ferro, então é perfeita- mente viável. O que nós nos preocupamos não é só com a retirada dominério, mas coma viabilidade do setor mi- nerário, sua manutenção. Diário – Oque a sociedade observa é que não vale a pena só vender o que já está emcima da terra, mas garantir a viabilidade do setor, que é muito impor- tante para o estado do Amapá, pois pode ajudar muito na matriz econômica, não é isso? Glauco – Com certeza. Além disso, com o porto e a ferrovia reconstruídos, temos outras possibilidades para o Amapá, como o próprio agronegócio. Se por ventura ti- vermos uma nova recessão econômica na China e caia o preço do minério, enfim, isso tudo para dizer que uma vez restabelecida a infraestrutura de porto e ferrovia já teremos umpolo de exportação para o nosso grão. Existe um dado de que a previsão de exportação de grãos por Miritituba, em Itaituba, é algo em torno de 35 milhões de toneladas/ano e essa soja já está saindo por parte lá por Barcarena. Por quê? Porque nós não temos o porto. O nosso porto da CDSA, Companhia Docas de Santana, não temo que se chama de ‘retroporto’, que é a érea atrás do porto para você manipular as cargas. Então, como é que vamos receber as balsas de Miritituba se nós não temos área para guardar? Então veja o quanto é impor- tante para o desenvolvimento do estado a recuperação desse porto e a recuperação da ferrovia, não só para o setor minerário, mas toda uma atividade econômica, pri- vada inclusive, que vai gerar muito emprego e recursos, gerando a circulação de dinheiro em nosso estado, pois estamos caminhando para sermos um estado com uma das maiores crises econômicas do Brasil porque não po- demos ficar só na economia do contracheque público, isso vai nos penalizar bastante. Perfil O atual presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Amapá (Sinduscom) é o empresá- rio Glauco Cei. Seumandato à frente desta entidade ini- ciou no dia 30 de abril de 2014. É oficial da reserva do Exército Brasileiro, onde atuou como tenente de infan- taria. Ele também possui formação civil como enge- nheiro, tendo fundado, em 1986, em Macapá, a Etecon Construções, para atuar na construção civil comproje- tos e obras de engenharia. Ele também é presidente da Sociedade Amigos da Marinha, a Soamar, no estado do Amapá. Possui vasta experiência no campo da abertura e construção de estradas no estado, tendo inclusive sido um dos pioneiros na abertura da BR 156.

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