Revista Diário - 28ª Edição

Seguran a ~ Sem fiscalização na fronteira do Brasil com aGuiana, Amapá fica vulnerável eentregue à cobiça internacional É cada vez mais intenso o movimento na fronteira entre o Brasil ea França através dos seus 730,4 quilômetros, dos quais 427,2 quilômetros por rios, e303,2 quilômetros por divisor de águas (linha que separa a direção para onde correm as águas pluviais ou bacias de drenagem). É a segunda menor fronteira terrestre do Brasil, mas o fluxo é intenso na área, talvez até maior que amaioria das regiões fronteiriças do país, haja vista que a falta de fiscalização não permite aferir a entrada esaída de pessoas ecargas no Platô das Guianas. Texto: Ramon Palhares F ala-se muito na fragilidade da fron- teira franco/brasileira, que começa no Planalto das Guianas numa fronteira tríplice compreendida por Brasil/Suriname e França/Suriname, área conhecida como Koulimapopann nos mapas do Instituto Geográfico Na- cional Francês, que começa nos montes Tumuc-Humac ao longo da divisória de águas entre a bacia do rio Amazonas e os rios da Guiana que desaguam no oceano Atlântico. São muitas as riquezas minerais nos dois lados da fronteira contrabandeadas entre um ponto e outro sem qualquer controle das autoridades. "Os garimpos da Guiana Francesa se confundem com os brasileiros e a explora ção sem con- trole causa prejuízos imensuráveis não apenas ao meio ambiente, por causa do desmatamento em grande escala da fio- resta amazônica, e também por falta de pagamento de royalties, sendo o Brasil, em especial o Amapá, o mais prejudi- cado, porque sua perspectiva de cresci- mento econômico se projeta no setor", diz o economista Sandro Duarte, que há mais de uma década avalia os impactos econômicos da mineração na área de fronteira. Para o especialista, a construção da ponte binacional sobre o rio Oiapoque, com a abertura legalizada da fronteira, sempre gerou uma expectativa para despertar o que chama de "economia anestesiada da região", mas decorridos vários anos a ponte permanece em mão única, servindo apenas aos interesses franceses, que controlam, embora sem grande eficiência, o fluxo de pessoas e veículos, porque mesmo com a assina- tura de todos os tratados internacionais Revista DIÁRIO - Edição28- 54 ' ' São muitas as riquezas minerais nos dois lados da fronteira do Brasil com a Guiana Francesa contrabandeadas entre um ponto eoutro sem qualquer controle das autoridades.

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