Revista Diário - 28ª Edição
pelos dois países, a estrutura da Aduana brasileira permanece acéfala, sem a presença de um só funcionário da Polícia Federal (PF) e da Receita Federal (RF). "Essa situação não tem prazo nem a curto, médio ou longo prazo para ser resolvida por causa da inércia das autoridades brasileiras em função da alegada falta de recursos, e mesmo desinteresse de controle do fluxo migratório por entenderem que os riscos de apropriação da reg1ao já não mais existem nos tempos atuais. Enquanto isso, no en- tanto, a dilapidação das rique- zas naturais do Brasil segue célere e não se restringe ape- nas à grande variedade de mi- nérios, como também à fauna e à flora, cuja exploração é proibida aos brasileiros, com penas de prisão e multas impagáveis, mas aberta à saga internacional por falta de fiscalização", lamenta Sandro Duarte. Contrabandode armasedrogas Na opinião do especialista em segurança Charles Del- mando, com larga experiência na área, o Amapá passou a ser o maior corredor do tráfico de drogas e armas do Brasil. "As constantes apreensões desnudam essa reali- dade. E não se pode medir o quantitativo de apreensões e prisões em outras áreas fronteiriças, porque se o nú- mero é maior é justamente por causa da fiscalização exis- tente, que não é a ideal, possui várias deficiências que teriam de ser sanadas com urgência, enquanto que nas fronteiras do Brasil com a França essa fiscalização é nula, fazendo com que arrmas e drogas entrem em grande quantidade na região e daqui seguem para outros países. O problema, entretanto, não é só entre o Amapá e a França. Publicações internacionais destacam que as fron- teiras brasileiras são das mais desguarnecidas do mundo. Para cuidar dos 15,7 mil quilômetros das fronteiras ter- restres, o Brasil possui apenas 1.600 homens do Exército. Especialistas defendem que ações efetivas de controle di- minuiriam a escala e os lucros do narcotráfico, porque forçariam o aumento do custo final da droga, o que con- teria a sua comercialização. Uma fonte da Polícia Federal ouvida pela reporta- gem da Revista Diário, que pediu para não ter a sua identidade revelada, afirmou que o governo do presi- dente Michel Temer cruzou de vez os braços e assumiu de forma escancarada a omissão. "Porque no sentido in- verso do óbvio, cortou radicalmente o orçamento de todos os órgãos fiscalizadores, em especial da Polícia Federal, reduzindo drasticamente a sua presença nas fronteiras", comentou a fonte. Revista DIÁRIO - Edição 28 - 55
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