Revista Diário - 28ª Edição
o Amapá exportar riquezas Toda a discussão a respeito do mercado de grãos no Amapá, acaba puxando o debate para o setor de infraestrutura do Estado, com des- taque para o modal de transporte, seja ele fluvial, rodoviário, ferroviá- rio e até aéreo. Em 2013, um terrí- vel acidente no Porto da Anglo, em Santana, vitimou operários e dei- xou o setor de mineração estag- nado. Além da impossibiloidade de embarque de cargas, as empresas que tentaram suceder a Anglo American acumularam dívidas com funcionários e também com forne- cedores, estimadas em mais de R$ 1 bilhão, segundo os representan- tes do setor, como o empresário Glauco Cei, que preside o Sindicato das Indústrias da Construção Civil (Sinduscon) no Amapá. O combativo promotor de jus- tiça Adilson Garcia do Nascimento vem atuando pelo Ministério Pú- blico do Estado na mediação dos interesses do Amapá junto à Vara de Recuperação Judicial de São Paulo. Sus principal proposta é que com a retomada do embarque de minérios, seja pela Zamin, seja por investidores que planejam se habi- litar a fazê-lo, possam ser garanti- das as indenizações e demais ver- bas rescisórias dos operários, pagamento de empreeiteiras e, claro, tributos ao Estado e municí- pios. "Mas para isso é fundamental a retomada do processo de cons- trução do novo píer, pois fazer o embarque de minérios pela Com- panhia Docas de Santana, projetada para embarque de contêineres, não é viável", diz o promotor. Para isso, ele recorre aos núme- ros. A capacidade do porto do mu- nicípio é embarcar um navio por mês de minério de ferro, o que pro- teja que isso demandaria oito anos para se fazer a venda das 4 milhões de toneladas em estoque em San- tana e Pedra Branca do Amapari. FERROVIA A partir de 2015, aconteceu a decretação pelo Governo do Amapá da caducidade da concessão da fer- rovia, a EFA (Estrada de Ferro do Amapá), que havia sido repassada pela Anglo American à Zamin Fer- rous. O poder público alegou que não vinham sendo executadas as atividades de manutenção e obras Revista DIÁRIO - Edição 28 - 59 de revitalização da linha férrea, nos 193 quilômetros entre Santana e Serra do Navio. Em 2016 aconteceu uma licitação coordenada pela Agência Amapá de Desencolvi- mento Econômico, para repassar a concessão a um comprador interes- sado, mas o certame deu deserto. ''As operações com trem só podem ser viabilizadas a partir das opera- ções com minério, o que iria cobrir os custos operacionais do trans- porte de passageiros e de cargas como a produção agrícola dos colo- nos instalados em comunidades ru- rais ao longo da ferrovia", diz o empresário Glauco Cei, que lembra ser fundamental para isso que o porto esteja em condições de dar vazão ao embarque de minério, logo, está estabelecido o impasse e daí a imensa preocupação dos amapaenses de terem uma solução concreta para o setor. Sem porto, não existe mineração; sem minera- ção, não existe operação com os trens; Algumas ações, como em- barque de manganês na Serra do Navio, vêm sendo feitas com ca- çambas, o que puxa a discussão sobre a conclusão da estrada. •
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