Revista Diário - 4ª Edição - Fevereiro 2015

Revista DIÁRIO -Março 2015 - 11 Arterosclerose, doença subclínica O tempo promove uma verdadeira conspiração que aumenta o risco para doenças cardiovasculares. O estilo de vida saudável sabidamente con‐ tribui para a preservação da saúde e re‐ dução do declínio funcional relacionado ao envelhecimento. Nunca é cedo ou tarde para a adoção de hábitos saudáveis. Entretanto, cabe ter em mente que mudar os hábitos de um idoso merece atenção especial para evitar impactos negativos imediatos so‐ bre a qualidade de vida. Os escores de riscos são aceitos e uti‐ lizados amplamente, mas todos apresen‐ tam limitações importantes. É bom lem‐ brar que a idade por si só aumenta os ris‐ cos, e a aplicacãode escores emidosos po‐ de oferecer obstáculos. O escore clássico amplamente testado e o de Framinghan. Limita‐se, por exemplo, a idadesmenores que 75 anos. Estudos anatmopatológicos mostram prevalência elevada de doença cardiovascular em faixas etárias maiores. Nos idosos, os fatores de risco clássi‐ cos continuam importantes. Contudo, de‐ vemos lembrar que os níveis elevados do hdl colesterol tem grande relevância, a obesidade temmenos impacto, enquanto a circunferência abdominal está associa‐ da ao aumento do risco. Os fato‐ res psicossociais também de‐ vem ser lembrados para os idosos, conforme demostrado no estudo interhat. Demaneira geral, a condu‐ ta ou o tratamento preven‐ tivo pouco difere nos ido‐ sos. O desenvolvimento de fármacos seguros que aumentam o hdl co‐ lesterol, como o anace‐ trapib, é altamente dese‐ jável. O ômega 3 parece oferecer poucos benefícios sobre os riscos cardiovascula‐ res e declínio cognitivo. O uso de aspirina deve levar emconta omaior risco de san‐ gramentos, e ser muito criterioso, prin‐ cipalmente na prevenção primária, a doença subclínica. Tradicionalmente, divide‐se a preven‐ ção cardiovascular emprimária e secun‐ dária. O fato relevante é que a arteroscle‐ rose é um processo inflamatório crônico mediado pelo colesterol, que se inicia muito cedo na vida de um indivíduo. Re‐ centes avanços de método diagnóstico por imagem se pode identificar a doença aterosclerótica em estágio subclínico. A estimativa de risco de eventos car‐ díacos tem sido realizada com uso de di‐ versas escalas e algaritmos de risco. A equação de Framingham é a mais usada e vemsendo aperfeiçoada continuamen‐ te. Porém deixa a desejar, pois prever eventos de baixo emédio riscos. Recente estudo de Rotterdan demonstrou que utilizando o escore de cálcio foi possível reclassificar o risco em 52% dos idosos assintomáticos que eram tidos de risco intermediário e passaram a baixo risco comnovametodologia. Porémos fatores de risco tradicionais a terem importância primordial, como a hipertensão, o diabe‐ tes, tabagismo, a obesidade e o sedenta‐ rismo aumentam a importância do exer‐ cício físico e de resistência. Portanto, o envelhecimento pode ser encarado com medidas preventivas, aumentando a lon‐ gevidade com qualidade de vida. Na clí‐ nica do dia a dia, é importante uma boa história clínica, exame físico detalhado, pressão arterial, peso e circunferência abdominal. A orientação nutricional, a atividade física e um sono de qualidade também são atitudes de bem‐estar. ● O tempo promove uma verdadeira conspiração que aumenta o risco para doenças cardiovasculares. O estilo de vida saudável sabidamente contribui para a preservação da saúde e redução do declínio funcional relacionado ao envelhecimento. ViverBem DoutorCláudioLeão, clínico geral e chefe da Unidade de Terapia Intensiva do Hospital São Camilo. É atribuído a Imhotep, médico egípcio elevado à categoria de semideus, o relato da existência do coração ligado a canais que se distribuem pelo corpo, assinalando também a presença do pulso Artéria saudável com fluxo sanguíneo normal Artéria obstruída por placas de gordura

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