Revista Diário - 4ª Edição - Fevereiro 2015

Revista DIÁRIO -Março 2015 - 21 ● Apanhadores de açaí ● Despesca e bela O pintor mostra como ninguém o trabalho anônimo do povo. Artur da Távola, com a visão so‐ ciocultural que tinha, também dizia que o trabalho mostrado nas obras de Manoel Costa são atividades que a exploração de‐ senfreada e o desenvolvimento tecnológi‐ co tratam de matar a cada dia. O artista, através das suas pincela‐ das, constrói espetáculos pictóricos expressados pela cor, não importan‐ do se os temas são repetidos. É co‐ mo se Manoel testemunhasse a produção, e não a revelasse. Aomostrar o trabalhopopular, oás do pincel se instala no conflito social, como diz o jornalista e crítico Artur da Távola, sem ser panfletário, “mas ilustran‐ do sutilmente o desmatamento, a pesca pre‐ datória, sob uma pintura que emprimeira ins‐ tância dignifica o homeme seu trabalho”. A obra do pintor Manoel Costa é ele‐ gante, fruto do trabalho obstinado que realiza e que parece nunca ter fim, ta‐ manha é a sua fecundidade. O artista também discorre sobre o sacro, melhor dizendo, rende ho‐ menagem ao transcendental, talvez à procura de santificar as labutas do ente amazônico do qual ele é mais que irmão, posto que através da arte toca o coração de todos e habita nas suas entranhas. ● Ao se tornar homem urbano, o artista fez das cores um quê de poesia. Não esquecendo as raízes do interior, continuou exaltando o trabalho da gente simples e a na‐ tureza, e assim é até hoje, embora de vez em quando enverede pelo pós moderno. Manoel Costa não se deixa in‐ fluenciar por escolas da arte. Como é obra dos seus quadros, ele tem o seu próprio educandário com uma extrema paixão figurativa pelo teor social. Masmuito do que sabe do ofí‐ cio adquiriu na Escola de Belas Ar‐ tes do Rio de Janeiro. ● ● Madeireiros ● Seringueiros ● Caçada

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