Revista Diário - 4ª Edição - Fevereiro 2015

Revista DIÁRIO -Março 2015 - 23 N ão há mais dúvidas quanto à situação delicada que atravessa o nosso país, após as eleições de 2014, que reelegeu Dilma Rousseff para mais quatro anos de mandato. As medidas adotadas pela presidente, a partir de janeiro de 2015, contradizem totalmente as promessas por várias vezes repetidas durante a campanha eleitoral. Isso comprova que as pregações eleitoreiras da candidata do PT estavam longe da realidade que colocava o Brasil à deriva e sem perspectivas de atingir os índices de crescimento eco‐ nômico e da inflação previstos pelo governo. Decorridos 45 dias do novo governo petista, come‐ ça a surgir uma onda de descontentamento, envolven‐ do a população e o contexto político. Vale reconhecer que o escândalo da Petrobras, investigado pela opera‐ ção Lava Jato, da Polícia Federal, foi refletido nas ur‐ nas, fazendo com que 50% do eleitorado conferissem os seus votos ao candidato da oposição. O fortalecimento da oposição, no Congresso Nacio‐ nal, ficou provado logo no início da nova legislatura com a eleição do deputado Eduardo Cunha (PMDB) para presidente da Câmara dos Deputados. As tenta‐ tivas do Palácio do Planalto para eleger o petista Ar‐ lindo Chinaglia foram infrutíferas, acabando por pre‐ valecer a disposição de Eduardo Cunha de tornar o Legislativo independente e livre de pressões. Configu‐ rada a primeira derrota de Dilma Rousseff, logo a se‐ guir ocorreu a segunda derrota, quando o presidente da Casa colocou em votação a emenda do orçamento impositivo que contou com a maioria esmagadora dos deputados, tirando da presidente o único meio de bar‐ ganhar a liberação das emendas parlamentares em troca de apoio parlamentar. Com o país saindo dividido das eleições surgiu a ideia do separatismo, que não vingou, e nem poderia, pois hoje a realidade é outra. Entretanto, o inconfor‐ mismo com os escândalos registrados durante os 12 anos de domínio do poder, pelo PT, hoje abrange seto‐ res importantes da vida nacional, inclusive no âmbito do Legislativo Federal, provocando o desgaste do go‐ verno ao ponto de fazer despencar o índice de apro‐ vação da presidente Dilma Rousseff, de 47% para 20%, conforme a última pesquisa Datafolha, ampla‐ mente divulgada pela imprensa. A ideia do impeach‐ ment, que começava a sair do nascedouro, espalhou‐ se rapidamente com a ameaça de se tornar irreversí‐ vel, no caso de repetição das manifestações registra‐ das em junho de 2013. Sabendo‐se que o impedimento de Presidente da República é previsto na Constituição, compete ao Con‐ gresso Nacional instaurar o processo e, preliminar‐ mente, decidir pelo afastamento temporário. O im‐ peachment será decidido por um colegiado com a par‐ ticipação de membros do STF. O impedimento do Pre‐ sidente se torna necessário para sanar uma crise de governabilidade que ameaça o Estado Democrático de Direito. Cita‐se o caso que envolveu o ex presidente Collor de Melo no esquema de corrupção protagoni‐ zadopor PC Farias. O esquema de corrupção, ora investigado pela operação Lava Jato, se apresenta de forma mais gra‐ ve e poderá gerar uma crise sem precedentes, na história republicana. Cabe, pois, ao Congresso Na‐ cional, em nome da Nação, da sociedade e dos pos‐ tulados democráticos, assumir suas prerrogativas e contribuir, para limpar o Brasil. Bem analisando, só existem dois caminhos a seguir: Empeachment ou Parlamentarismo. A eleição de um Primeiro Minis‐ tro, que concilie as forças vivas da Nação,poderá re‐ conduzir o Brasil ao caminho do desenvolvimento, da moralidade pública, da política bem conduzida e da justiça social. ● Jornalista RuyGuarany Jornalista articulista do Jornal Diário do Amapá e Revista Diário O fortalecimento da oposição, no Congresso Nacional, ficou provado logo no início da nova legislatura coma eleição do deputado Eduardo Cunha (PMDB) para presidente da Câmara dos Deputados. Contra ARTIGO Duplaescolha Duplaescolha ● DilmaRousseff, presidente doBrasil ➹

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