Revista Diário - 4ª Edição - Fevereiro 2015

NossaHistória Amapá, quintal dos fundos?Mas atéquando “antão”? Se há algo que sempre incomodou os amapaenses nativistas ao longo da história iniciada com a criação do antigo território federal do Amapá, em 1943, e que perdura até os tempos atuais, é o fato de o estado ainda permanecer inerte no cerne de uma perturbadora dependência em relação aos grandes centros regionais da Amazônia e do restante do país, especialmente do eixo Sul-Sudeste. Sem logística para prover o sustento de sua economia, o Amapá caminha a esmo na contramão da maioria dos estados. Deriva S eja nos aspectos geopolíti‐ cos, econômicos, sociocultu‐ rais ou mesmo nas temáticas relacionadas às diferentes verten‐ tes religiosas, os amapaenses ain‐ da carecem de maior autonomia e vida própria para se sentir ainda que minimamente notados pelos outros lados do país. A condição de território federal ostentada durante quatro décadas e meia contribuiu em grande parte para que esse estigma contami‐ nasse a existência política do Ama‐ pá e atingisse o condimento de au‐ to‐estima da gente local como um câncer em metástase. É verdade que desde o período colonial, essa condição preexistia e nas etapas históricas posteriores foi gradativamente cristalizada, in‐ clusive em nível regional – de “dentro para adentro” (trocadilho perdoável por assim dizer) –, uma vez que quando pertenciam ao Pa‐ rá, as terras do Amapá não tinham um tratamento equitativo num comparativo com outros municí‐ pios do quintal vizinho. Não bastasse tal circunstância, os amapaenses não somente assi‐ milaram, mas igualmente entroni‐ zaram e enraizaram o sentimento de inferioridade e tomarampara si as vestes de “coitadinhos” ou “ex‐ patriados”, buscando sempre, Texto: Célio Alício Revista DIÁRIO -Março 2015 - 28

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