Revista Diário - 4ª Edição - Fevereiro 2015
H istórico e internacionalmente conhecido, o dia 8 de março nos convida a revisitar o passado para recordarmos as agruras de 130 tecelãs de uma fá‐ brica de tecidos emNova Iorque, Estados Unidos, no ano de1857, as quais bradavamcontra as péssimas condições laborais a que estavamsubmetidas e reivindicavam, den‐ tre outros direitos: redução da carga horária de trabalho para 10 horas, contrapondo‐se às exigências das fábricas que eram 16 horas de trabalho diário; equiparação sala‐ rial entre homens e mulheres; elas chegavam a receber até um terço do salário pago a um homem para fazer o mesmo trabalho e, por fim, exigiamser tratadas comdig‐ nidade. A insurgênciaprotagonizadapelas tecelãs foi bru‐ talmente reprimida, e elas foram trancafiadas na fábrica onde laboravam, e incendiadas. Aproximadamente 130 trabalhadoras morreram. O reconhecimentomundial acerca das reivindicações que cominaramcoma violência vivida pelas tecelãs/ope‐ rárias se deu somente em 1910, na II Conferência Inter‐ nacional dasMulheres Socialistas, emCopenhague, Dina‐ marca. Ficou certoque 8deMarçopassaria a ser oDia In‐ ternacional das Mulheres, em memória às que tiveram suas vidas ceifadas em 1857 por lutar por dignidade e condições de trabalho. Contudo, a referida data só foi re‐ conhecida oficialmente pelaOrganizaçãodasNaçõesUni‐ das (ONU), em1975. Dessa data emdiante, novos e irres‐ tritos desafios e lutas são colocados, diariamente, para o Ser Mulher em todo o mundo, a fim de fortalecer as con‐ temporâneas que imprimem na busca pela equidade de direitos entre os gêneros, luta feroz. Por isso, aproveite‐ mos odia 8deMarço, não somente para comemorar, mas também para ativar a consciência das mulheres a fim de que discutamsobre o papel que lhe é reservado na socie‐ dade. O nosso intento é democratizar os espaços de mo‐ bilidade e atuação entre homens e mulheres, como tam‐ bém, entre as mulheres pertencentes aos grupos étnico raciais; homoafetivos e classes econômicas marginaliza‐ das historicamente emnosso país. Se olharmos para o tempo e refletirmos sobre osmo‐ tivos da luta que levaram as 130 operárias à morte, é evidente que parte deles ainda é atual. Ainda ganhamos salários inferiores aos homens; ficamos estarrecidas como número crescente demulheres vítimas de violên‐ cia psicológica, religiosa, moral, sexual e física (mesmo As mulheres se encaminham para mais um ano de reflexão, comemoração e tracejar de nova busca a fim de superar as injustiças históricas que violam os seus direitos e dignidade como Ser Mulher. Mulher, você pode PiedadeLinoVideira Dançadeirademarabaixo-batuque, professoradoutora daUniversidade Federal doAmapá/CursodePedagogia Revista DIÁRIO -Março 2015 - 34 Especial
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