Revista Diário - 4ª Edição - Fevereiro 2015
que a Lei Maria da Penha esteja em vigor desde 22 de setembro de 2006); enfrentamos jornada de trabalho excessiva, dupla jornada (no trabalho e em casa) e des‐ vantagem na carreira profissional. Esses são desafios a ser superados pelas mulheres. Outrossim, o Ser Mulher é plural. Não podemos incorrer no erro de que as nossas demandas são iguais. Asmulheres devemestar se perguntando se as brasi‐ leiras, especialmente as amapaenses, não lograramêxitos e conquistas ao longo das décadas. Respondo‐lhes que sim. Asmulheres doBrasil conquistaram, nodia 24de fe‐ vereirode 1932, odireitode votar e seremescolhidas pa‐ ra cargos eletivos. Esse fato se soma a exemplos exitosos que nósmulhe‐ res podemos exaltar: crescente presença feminina nos empregos do Amapá, bem como na política, universida‐ des e faculdades, nas funções de mando e comando na gestão pública e privada, e como empreendedoras. Não obstante, o desafio colocado para nós é árduo. Para supe‐ rá‐lo, devemos lutar juntas contra a patologia domachis‐ mo e do sexismo que vemcolocando homens emulheres emconfronto e não empartilha. Afinal, é contra qualquer forma de submissão e opressão que as mulheres de todo mundo lutam incessantemente ao longo dos tempos na defesa do direito feminino de poder ser e fazer. Assim, Mulher, você pode... Romper com as amarras culturais que te educam a cuidar, seguir, obedecer, servir e aceitar adominaçãomas‐ culina. Mulher, você pode... Libertar sua mente, seu corpo, seu espírito e agir em defesa de seus direitos irmanada comoutras mulheres; Mulher, vocês podem ser... Crianças, jovens, adultas, idosas, parteiras, curandei‐ ras, benzedeiras, dançadeiras de marabaixo e batuque, tacacazeiras, feirantes, profissionais da beleza, frentistas, balconistas, motorista, dentista, babás, empregadas do‐ mésticas, recepcionistas, garis, chefes de cozinha, profis‐ sionais do sexo, técnicas de enfermagem, professoras, gestoras, prefeitas, governadoras, senadoras, deputadas, vereadoras, juízas, advogadas, médicas, poetisas, cozi‐ nheiras, promotoras de justiça, taxistas, caçambeiras, mergulhadoras, conselheiras tutelares, pedreiras, carpin‐ teiras, mecânicas de automóveis, operadoras de máqui‐ nas pesadas, costureiras, vendedoras, manicures, comis‐ sárias de bordo, pilotas de avião, massoterapeutas, artis‐ tas emgeral, cozinheiras, profissionais liberais, ativistas. Mulher, você pode ser indígena, branca, negra, en‐ fim, o que quiser. Movida pela soberania fe‐ minina individual e coletiva alimentada no seio dos movimentos sociais, bem como nos órgãos e instituições conquistados pela luta histórica das mulheres que vem sendomate‐ rializada em políticas públicas implementa‐ das, ainda que de maneira incipiente em al‐ guns estados brasileiros. Mulher, você pode... Sonhar, esperançar, amar, ser amada e ex‐ primir seus pensamentos. Nas próximas pági‐ nas, mulheres do Amapá falam a respeito do seu Ser Mulher – único. ● Revista DIÁRIO -Março 2015 - 35
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