Revista Diário - 4ª Edição - Fevereiro 2015

Revista DIÁRIO -Março 2015 - 44 Saneamento D e uns tempos pra cá não se fala em outra coisa no país: a falta de água. Diante desse quadro, os amapaenses podem até achar que estão em uma zona de conforto, afinal, na maior bacia hi‐ drográfica do planeta, água tem em abundância. Só que especialista ga‐ rante não ser uma coisa tão sim‐ ples, pois as águas barrentas do rio Amazonas exigem um esforço ex‐ tra para ser tratada, o que, claro, custa mais ao contribuinte. A engenheira Patrícia Brito, que é a primeira mulher que assu‐ me o cargo de presidente da Caesa, a estatal de água e esgoto do Ama‐ pá, diz que a Lei do Saneamento prevê que o estado deva prover não apenas o serviço de abasteci‐ mento de água, como também o esgotamento sanitário. “Estamos diante de um enorme desafio de enfrentar esse déficit de esgoto, que em Macapá chega apenas a 3% a 4% das residências”, diz a executiva. Patrícia fala que além do alto custo para tornar potável a água do rio Amazonas, é preciso enfrentar outro problema: as perdas. Patrícia explica que o Amapá figurou num ranking dos estados que mais jo‐ gam água fora. “É preciso explicar que nem toda perda é desperdício, pois perdemos alguma coisa da produção com os vazamentos e de‐ vido à vida útil da rede, mas o maior gargalo está nas ligações clandestinas e na falta de medido‐ res”, diz a presidente da Caesa. RESPOSTA A meta é regularizar cerca de 20 mil ligações não cadastradas. Um levantamento aponta que uma família com 4,5 pessoas consome 32 m³ de água. A meta é instalar novos hidrômetros e recuperar a rede para diminuir em 20% as perdas com água tratada. O dinhei‐ ro virá de convênios com o gover‐ no federal (PAC, BNDES, PEC Funa‐ sa). “Cada R$ 1 investido em sa‐ neamento economiza R$ 4 na saú‐ de”, diz ela. ● A crise de abastecimento no restante do Brasil pode parecer algo distante do Amapá, mas especialista garante que o alto custo para se tratar a água do rio Amazonas pode inviabilizar abastecimento. Texto: Cleber Barbosa Fotos: Samuel Silva Água quenão falta,mas que é muitocara

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