Revista Diário - 4ª Edição - Fevereiro 2015
Riqueza C arl Gustav Jung, criador da abordagem Analítica ou Jun‐ guiana, traz em sua teoria o conceito de Persona, que é a forma pela qual nos apresentamos aomun‐ do. Éa forma comonos relacionamos com os outros. Essa persona inclui nossos papéis sociais, o tipode roupa que escolhemos para usar e nosso estilo de expressão pessoal, etc.. O termoPersona é derivadoda palavra latina equivalente à máscara. É uma referência às máscaras usadas pelos atores no drama grego para dar sig‐ nificado aos papéis que estavam re‐ presentando. No carnaval, podemos viver despojados da nossa Persona, assumindo nossos sonhos e fanta‐ sias. Através das máscaras carnava‐ lescas, podemos retirar as nossas máscaras sociais, edessa forma liber‐ tar muitas fantasias, sem ter que so‐ frer coma censura, seja ela religiosa, social oumoral. Ocarnaval desvela nopalcoda vi‐ da as fantasias, desde asmais íntimas às mais saudáveis e criativas. E esse evento acaba favorecendo isso, pro‐ porcionando a seus foliões a oportu‐ nidade de se expressar das mais di‐ versas formas. Mas, o que é a fan‐ tasia? É um sonho acordado. É um dos mecanismos de defesa do ego. É umprocesso psíquico emque o indi‐ víduo concebe uma situação em sua mente, que satisfaz uma necessidade oudesejo, que "nãopode ser satisfei‐ to" na vida real. Do ponto de vista psicológico esse é o momento do ID, que segundo Freud é uma instância psicológica que todos nós possuí‐ mos, regido pelos impulsos do pra‐ zer, guiado pela satisfação dos dese‐ jos e não por suas consequências. Daí, percebe‐se que noCarnaval a ra‐ zão é sucumbida emprol da emoção, do desejo, ficando a racionalidade em segundo plano, dando vazão ao princípio do prazer. As brincadeiras, as vontades, a sensualidade e a ale‐ gria tomamconta do país (do Carna‐ val), e muitos acabam cedendo à maior festa popular do Planeta. E assim, longe das críticas e jul‐ gamentos, a fantasia nos liberta e nos permite interagir de forma livre e despreocupada. Desta forma, as diferenças e preconceitos dão vazão ao Carnaval, que é chamada uma festa democrática. É um momento que todos aproveitam e interagem independente da cor, do país ou da classe social. Vale lembrar, que os excessos podem trazer prejuízos, portanto, seria importante ser evi‐ tados. Perder totalmente o controle, traz consequências, talvez não tão agradáveis. Mas, do ponto de vista psíquico, o carnaval temuma função positiva e nos ajuda a vivenciar ou‐ tros aspectos psicológicos. É uma válvula de escape importantíssima. O Carnaval pode ser proveitoso, é o momento de relaxarmos e viven‐ ciarmos um lado nosso que não per‐ mitimos na maior parte do ano, de se divertir como inadequado, extra‐ vasar a alegria e retornar leves para a realidade! Portanto, seja qual for o seu jeito de expressar essa fes‐ ta, desde os retiros espirituais, mui‐ to comuns nesta época, até a diver‐ sidade apresentada pelas várias re‐ giões, como os blocos, trios, escolas de samba, boi bumbá, carnaboi, fre‐ vo, maracatu, que seja com alegria, para que no retorno haja leveza pelo que foi vivido, sem peso de culpa, que atrasa o caminhar do ser. ● CláudiaOliveira Psicólogaclínica Análisepsicológica do carnaval "Quemme vê sempre parado, distante, garante que eu não sei sambar... Tôme guardando pra quando o carnaval chegar...” (ChicoBuarque-Quandoo carnaval chegar) Consultório Psiqué Avenida FAB, 1070- Sala 306 Edifício Macapá Office 98127-0195 Revista DIÁRIO -Março 2015 - 5 Comportamento Seja qual for o seu jeito de expressar o carnaval, desde os retiros espirituais, comuns nesta época, até diversidade pelas várias regiões, como blocos, trios, escolas de samba, boi bumbá, carnaboi, frevo, maracatu, que seja comalegria, para que no retorno haja leveza pelo que foi vivido, e semo peso da culpa.
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