Revista Diário - 4ª Edição - Fevereiro 2015

Revista DIÁRIO -Março 2015 - 64 Economia O produto para consumo de mercado, apesar de incipiente, temfuturo promis‐ sor. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que o estado do Pará é considerado o maior produ‐ tor domundo, chegando a exportar seismil to‐ neladas em2012, o que equivale a R$ 17,3mi‐ lhões, respondendo por até 90% da produção nacional, aponta o instituto. A alta do preço do açaí neste ano já chega a 16,48%, ultrapassando três vezesmais a infla‐ ção. Para outros mercados da região Norte, o impacto econômico é devastador, já que a fruta é bastante consumida e, por vezes, o único ali‐ mento da maioria da população amazônica que, diferentemente de outros lugares, foi con‐ quistada apenas pelo sabor, sem qualquer co‐ nhecimento dos reais benefícios do produto – fez da fruta seu alimento de cada dia. O Amapá, por sua vez, em razão de inúme‐ ros gargalos: acesso à tecnologia, logística de‐ ficitária na colheita, no transporte e acessibili‐ dade, entre outros, perde mais uma vez opor‐ tunidades de conquistar grandes mercados, realidade totalmente diferente do seu vizinho Pará, que tem10%de sua produção exportada para países como Estados Unidos, (destino de 79%das exportações), Portugal, Espanha, Aus‐ trália, Rússia, República Tcheca e Israel, com previsões futuras para exportar também para o mercado asiático. Foi a partir do aumento da demanda para a exportação da fruta, oriunda de uma palmei‐ ra tropical nativa da Amazônia, que iniciou o grande interesse em estudos e pesquisas com altos investimentos. O velho conhecido das regiões Norte e Nordeste, agora está famoso, em níveis nacional e internacional, além de virar o xodó de atletas após descobertas científicas de importantes nutrientes encontrados no fruto conhecido cientificamente como Euterpe Oleracea Mart. Texto: Nira Brito Açaí Comida de gente pobre, virou chique

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