Revista Diário - 4ª Edição - Fevereiro 2015
feito com sacos de cimento. RESPONSABILIDADE Ainda sobre a tese de que os bar‐ cos regionais, quando usados a pas‐ seio ou lazer ficaminstáveis por não levarem cargas nos porões, o co‐ mandante Lúcio explica que é preci‐ so que se leve em consideração a responsabilidade da tripulação, principalmente do comandante, pois todos são treinados para essas situações. “Como disse anterior‐ mente, todooprojeto épreviamente aprovado pela Marinha, através de seus técnicos, então existe uma de‐ finição sobre a capacidade de passa‐ geiros por cada convés da embarca‐ ção, de modo a não desbalancear o barco”, diz o capitão dos portos. Nesse sentido, diz, qualquer pas‐ sageiropode encontrar ao embarcar uma placa ou mesmo um quadro pintado com informações sobre quantas pessoas podem viajar em cada andar da embarcação. Dames‐ ma forma, tambémsedeve observar se existemcoletes salva vidas a bor‐ do. “É importante destacar que os coletes são de uso obrigatório e não uma peça decorativa. Digo mais: O grande ‘x’ da questão é o uso do co‐ lete”, afirma o capitão. E ele tem razão. Em caso de aci‐ dente, uma pessoa pode ser projeta‐ da contra a água e dependendo de como se dá esse impacto, o choque como rioou comomar pode provo‐ car um desmaio. A pessoa desacor‐ dada, claro, não conseguiránadar ou buscar um refúgio. Se estiver usan‐ do o colete salva vidas, poderá per‐ feitamente boiar e ser resgatada em seguida. “Ousodo colete é adiferen‐ ça entre a vida e a morte”, diz o co‐ mandante Lúcio. TRAGÉDIA Um dos maiores naufrágios da navegação brasileira foi no Amapá, em 1981, quando o barco Novo Amapá foi ao fundo matando mais de trezentos passageiros. Na oca‐ sião, havia superlotação, pois esta‐ vam a bordo cerca de seiscentas pessoas. Também houve uma tese de que não era o comandante quem conduzia o barco, mas umaprendiz. O fato é que os capitães dessas em‐ barcações possuemresponsabilida‐ de com tudo o que ocorre a bordo, a exemplodeummotoristade ônibus, ou ainda o piloto de avião. LASTRO Oconstrutor naval Antônio Jorge Cardimdiz que os comandantes sa‐ bem os limites dessas embarcações e que a falha humana ainda é a maior responsável por esses aciden‐ tes da navegação. A título de curiosidade, a repor‐ tagemda RevistaDiário fez levanta‐ mento do custo médio nos estalei‐ ros regionais sobre a construção de embarcações feitas por carpinteiros. Uma catraia, que tem em média 11 metros de comprimento, sai na faixa de R$ 12mil; uma lancha com tolda (cobertura) custa cerca de R$ 17 mil. Já um barco com dois conveses passa de R$ 30mil. ● Revista DIÁRIO -Março 2015 - 79 Depois de montadas, as embarcações regionais são levadas à Capitania dos Portos, onde técnicos fazem a verificação dos comparti- mentos e da arqueação.
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